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Política “Mataram o combate à corrupção”, diz o senador Sérgio Moro sobre mudanças nas decisões da Operação Lava-Jato sobre Lula

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Senador fez críticas contundentes ao destino da operação e afirmou que "não tem um corrupto preso no Brasil" hoje. (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

O ex-juiz federal e senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) fez críticas contundentes às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da Operação Lava-Jato durante o 8º Congresso Nacional do Movimento Brasil Livre (MBL) no sábado (4), em São Paulo. Para o parlamentar, há um trabalho de “apagamento” dos feitos da operação e uma ausência de combate à corrupção no País.

“O que eles mataram foi o combate à corrupção. A gente não pode esquecer o que aconteceu nesse País. Porque, hoje, se a gente for esquecer, nós estamos perdendo essa guerra”, disse.

Moro também afirmou que, hoje, “não tem um corrupto preso no Brasil” e apelou para um esforço por “resgatar a verdade” diante do que ele classificou como uma inércia das autoridades em investigar casos de corrupção. Segundo ele, há um empenho para “reescrever a história para dizer que ladrão não é ladrão e que a Petrobras não foi roubada”.

A presença de Moro no Congresso não é o primeiro gesto de proximidade dele com o MBL. Em 2021, na 6ª edição do evento, ele foi entrevistado pelo apresentador Danilo Gentili e se apresentou como pré-candidato às eleições presidenciais de 2022. Na época, ele era filiado ao Podemos.

Moro foi convidado para um dos painéis da noite, quando o movimento anunciou o nome e a logo do partido que vai lançar. Se angariar as assinaturas necessárias, a sigla se chamará Missão, terá as cores branca, amarela e preta e será simbolizada pelo desenho de uma onça.

Em 6 de setembro, o ministro Dias Toffoli anulou as provas obtidas por meio do acordo de leniência feito pela Odebrecht. Na ocasião, o magistrado disse que a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi “um dos maiores erros judiciários da história do País” e uma “armação”.

Além disso, Toffoli criticou diretamente a força-tarefa, chamando-a de o “ovo da serpente” que teria criado as condições políticas do ataque às sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano. A decisão determinou que os agentes envolvidos no acordo de leniência que teve as provas anuladas sejam investigados por Advocacia-Geral da União (AGU), Controladoria-Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF).

Essa determinação colocou Moro diretamente na mira das autoridades. Paralelo a isso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu uma investigação contra o senador com base no relatório da correição feita nas varas da força-tarefa – que apontou uma “gestão caótica” de recursos e a existência de “indícios de violação reiterada dos deveres de transparência, de prudência, de imparcialidade e de diligência”.

O corregedor-geral, ministro Luís Felipe Salomão, disse que havia sinais de “atuação na magistratura com fins político-partidários” e pontuou a existência de procedimentos administrativos contra Moro no CNJ quando ele deixou a carreira da magistratura para se dedicar à vida política. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) usou esse mesmo argumento para cassar o mandato do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

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