Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de dezembro de 2024
Próximo da estreia, O Auto da Compadecida 2 é um dos filmes nacionais mais aguardados dos últimos anos. A produção leva para as grandes telas a continuação de um clássico de Ariano Suassuna, mais uma vez protagonizada por nomes como Selton Mello, Virgínia Cavendish, e Matheus Nachtergaele.
Durante uma entrevista recente para a revista IstoÉ, Nachtergaele discorreu um pouco sobre seu personagem na trama, nosso amplamente amado João Grilo. Segundo o ator, João funciona mais ou menos como uma representação da figura que está à margem da população brasileira, colocando da seguinte forma:
“É através do João Grilo que percorremos os sertões de nós, pelo meu tipo físico também. [São] pessoas simples, do bem, do mal, do Rio de Janeiro, da Bahia, do Nordeste, do Sul, onde for”, começou o astro
“Em geral foi um corpo escolhido para representar quem está à margem. Todo mundo caiu na arapuca do capitalismo; você está rico no começo do mês, você está pobre no final do mês, você paga aluguel, escola das crianças, comida, e de novo, vem o mês que vem. Isso é o Grilo, só que o Grilo é isso todo dia, acho que a maioria do povo brasileiro é isso todo dia, de novo, e de novo, e de novo”, acrescentou.
Protagonista, João Grilo é um dos personagens presentes no capítulo original, onde andava pelo pequeno vilarejo de Taperoá, no sertão da Paraíba, sobrevivendo da maneira que podia. Ele estava sempre ao lado de seu melhor, Chicó, e formou uma dupla que marcou a história do cinema nacional.
Com estreia marcada para 25 de dezembro, O Auto da Compadecida 2 é dirigido por Guel Arraes e Flavia Lacerda. Nomes como Luis Miranda, Taís Araújo, Eduardo Sterblitch, Fabiula Nascimento e mais também estão presentes.
Apoio da família de Ariano Suassuna
Manuel Dantas Suassuna, filho de Ariano Suassuna, revelou alguns bastidores sobre a produção que podem animar ainda mais a audiência. Segundo o filho do autor, a ideia da continuação chegou a ser apresentada ao escritor anos atrás. Algum tempo depois da estreia do longa original, Guel Arraes e Ariano Suassuna conversaram sobre a possibilidade de um segundo ato.
O acordo surgiu depois dos familiares analisarem calmamente o que significaria dar uma continuação para O Auto da Compadecida, isso incluiu conversas e consultas com outros escritores amigos de Suassuna. “Todo esse processo passou pela família. Desde que Guel propôs a ideia, ele conversou com a família para saber o que nós achamos, e foi um processo que passou por nós há cerca de dois anos”, disse Manuel.
“Analisamos os prós e contras de se ter um texto que não é puramente de Ariano, mas que vai levar o nome dele. A peça é de muito sucesso, então consultamos vários escritores amigos para saber a opinião deles, para traçar um caminho. E também teve uma conversa de meu pai com Guel, quando ele estava vivo, para se fazer uma segunda versão. Depois, abandonaram a ideia, e agora, mais de 20 anos depois, ela veio à tona”, explicou.
“Confiamos na produção e estamos na expectativa! Assim como da outra vez, papai deu total liberdade. Torcemos muito pelo sucesso!”, concluiu Manual.