Matteo Messina Denaro, o último chefe da máfia italiana, morreu nesta segunda-feira (25), aos 61 anos. Ele era responsável por comandar a Cosa Nostra na região de Trapani, na Sicília.
Denaro estava com câncer de cólon quando foi preso em janeiro, após passar 30 anos foragido. O seu estado de saúde piorou nas últimas semanas e ele foi transferido para um hospital de uma prisão de segurança máxima na região central da Itália.
Na sexta-feira (22), o hospital informou que o mafioso estava em “coma irreversível” e já não recebia alimentação. Denaro foi, durante muitos anos, uma figura de destaque da Cosa Nostra, o sindicato do crime siciliano da vida real retratado no filme “O Poderoso Chefão”. Foi um dos criminosos mais cruéis, condenado seis vezes à prisão perpétua. Uma das condenações foi por participação no assassinato do juiz Giovanni Falcone, em 1992.
Também foi condenado por participar de uma série de atentados em Roma, Florença e Milão, em 1993, que mataram dez pessoas, e por ter ajudado a organizar o sequestro de Giuseppe Di Matteo, de 12 anos, para tentar dissuadir o pai do adolescente de prestar depoimento contra a máfia. O menino ficou em poder dos bandidos por dois anos e depois foi assassinado.
O chefe da máfia desapareceu no verão de 1993 e passou a liderar a lista das pessoas mais procuradas da Itália. Apelidado pela imprensa italiana de “o último poderoso chefão”, Denaro não teria fornecido qualquer informação à polícia depois de ter sido detido em frente a uma clínica de saúde privada na capital siciliana, Palermo, em 16 de janeiro.