Cerca de 50 milhões de brasileiros sofrem de mau hálito, segundo a ABHA (Associação Brasileira de Halitose). Muitas vezes associado apenas ao descuido com a higiene bucal, o problema, na verdade, tem mais de 60 causas e pode até ser sintoma de diabetes, câncer estomacal ou deficiência hepática, por exemplo.
Apesar de poder ser provocado por diversos fatores, o mau hálito (ou halitose) se origina na boca em 90% a 95% dos casos, segundo o dentista Paulo Bolfarini. O odor desagradável surge devido à liberação de enxofre por bactérias que compõem a saburra – placa esbranquiçada formada por germes, restos de alimentos e células descamadas da cavidade oral, que se adere à mucosa das bochechas, à língua, aos dentes, à saliva e às amígdalas.
“Por isso, ao perceber o problema, a pessoa tem que, primeiro, procurar um dentista especialista em halitose”, orienta a cirurgiã-dentista Ana Gabriela Batalha, diretora administrativa da ABHA. Cáries, doenças gengivais e aftas com ulceração podem piorar o mau hálito, que acaba não sendo notado por quem tem o problema. A melhor forma de tirar a dúvida é ter um confidente para conversar sobre o assunto.
Para quem conhece alguém com halitose, mas tem vergonha de falar, a ABHA criou o serviço “SOS Mau Hálito”: basta entrar no site da associação e preencher uma ficha com o nome da pessoa, que receberá um aviso por carta ou e-mail. O tratamento da halitose inclui mudança de hábitos, como evitar respirar pela boca, que causa descamação excessiva da mucosa bucal, explica o dentista Mario Groisman.