Terça-feira, 04 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de dezembro de 2024
Cid prestou depoimento por cerca de 2 horas
Foto: Reprodução de TVO tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou depoimento à Polícia Federal por cerca de duas horas nesta quinta-feira (5). Cid já foi ouvido mais de 10 vezes ao longo das investigações sobre possíveis irregularidades cometidas na gestão Bolsonaro. Ele prestou esclarecimentos aos investigadores sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. A intimação para novo depoimento é assinada pelo delegado Fábio Shor, responsável por investigações que envolvem o ex-presidente.
Nesse contexto, o militar teria sido questionado sobre o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo“, que previa o assassinato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o portal de notícias CNN Brasil, Cid reforçou a participação do general Walter Braga Netto na trama golpista que queria impedir a posse do presidente Lula.
Cid, assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, também foi indiciado pela PF no caso da falsificação do cartão de vacinas contra a covid-19 e também pela venda das joias sauditas recebidas pelo ex-presidente.
O novo depoimento ocorre duas semanas após Cid ter sido ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, e ter mantido os benefícios da delação. O acordo estava sob risco após a PF apontar omissões e contradições do ex-ajudante de ordens nas declarações dele sobre a trama golpista.
A Moraes, o ex-ajudante de ordens também afirmou que não sabia de um plano para matar Lula, Alckmin e o próprio ministro do Supremo. De acordo com a Polícia Federal, o general Mario Fernandes, então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi o responsável pela elaboração do chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”.
O relatório final da PF aponta que documento com o “planejamento operacional” para realizar o assassinato foi impresso pelo general da reserva no Palácio do Planalto e levado ao Palácio da Alvorada.
Mauro Cid, Jair Bolsonaro e outras 35 pessoas, a maioria militares, foram indiciados pela Polícia Federal por suposta tentativa de golpe de Estado, em outra investigação. Cid chegou a ser preso, mas foi solto após fechar um acordo de delação premiada, também conhecida como colaboração premiada.
A delação é um acordo feito entre uma pessoa investigada por crimes com o Ministério Público ou a PF. De um lado, as autoridades podem obter informações úteis para a solução do caso; de outro, o investigado pode garantir benefícios no processo penal e na condenação.