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Política Mauro Cid diz que chefe do Exército ficou “irritadíssimo” quando minuta golpista foi apresentada a comandantes das Forças Armadas

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"Você não tem efetivo, você quer botar na minha conta", teria dito Freire Gomes.

Foto: Alan Santos/PR
"Você não tem efetivo, você quer botar na minha conta", teria dito Freire Gomes. (Foto: Alan Santos/PR)

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid relatou, em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o momento em que a minuta golpista foi apresentada aos comandantes das Forças Armadas – deixando o então comandante do Exército, general Freire Gomes, “irritadíssimo”.

Cid falou no âmbito de sua colaboração premiada – cujo sigilo foi retirado por Moraes nesta quarta-feira – e relatou que a minuta foi apresentada aos comandantes como uma “tentativa de sensibilizar” os chefes das Forças Armadas “a fazer alguma coisa”.

Conforme o tenente-coronel, a minuta foi “esmiuçada” por Bolsonaro e apresentava uma “série de considerandos sobre possíveis interferências do STF e do TSE” no governo do ex-presidente. Freire Gomes ficou “irritadíssimo” uma vez que o comandante da Marinha, almirante Garnier, disse que a Marinha “estava pronta”.

“E aí o Freire Gomes ficou irritadíssimo, ele falou: “Você não tem efetivo, você quer botar na minha conta””, relatou a Moraes o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

A audiência de Cid com Moraes ocorreu após a Polícia Federal (PF) apontar omissões no acordo de colaboração premiada do tenente-coronel, o que poderia levar à rescisão.

Os dados foram divulgados após a a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar ao STF o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro Braga Netto e mais 32 pessoas por participação em uma trama golpista para mantê-lo no poder após ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.

A denúncia foi oferecida pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e será apreciada pela Primeira Turma da Corte após ser liberada pelo relator, ministro Alexandre de Moraes. De acordo com a acusação, Bolsonaro cometeu os crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Na denúncia apresentada nessa terça-feira, a PGR afirma que Bolsonaro tentou atrair a cúpula das Forças Armadas para ato de “insurreição”.

“Quando um Presidente da República, que é a autoridade suprema das Forças Armadas (art. 142, caput, da Constituição) reúne a cúpula dessas Forças para expor planejamento minuciosamente concebido para romper com a ordem constitucional, tem-se ato de insurreição em curso, apenas ainda não consumado em toda a sua potencialidade danosa”, escreve Gonet.

O PGR aponta como exemplo desse movimento de Bolsonaro para implementar uma trama golpista o fato de o então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira ter exposto um plano de golpe “para as três maiores autoridades militares das Forças Armadas”.

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