Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2022
A presença da senadora Simone Tebet (MDB-MS) na cerimônia de encerramento dos trabalhos dos grupos temáticos do gabinete de transição agitou os bastidores do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Recebida como celebridade por voluntários que aguardavam, em fila, a hora de entrar no auditório, ela tirou fotos, ganhou abraços, deu entrevistas, mas recusou-se a comentar sua provável indicação para o corpo ministerial do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Essa costura está sendo conduzida pelo presidente do partido, deputado federal Baleia Rossi (SP), que reuniu-se por mais de uma hora com a presidente do PT e coordenadora política do gabinete provisório, Gleisi Hoffmann (PR). O MDB deverá ter três ministérios, e Tebet estará em um deles.
A senadora enfrenta a oposição de alas influentes do PT para assumir o futuro Ministério do Desenvolvimento Social, que substituirá a atual pasta da Cidadania. O órgão vai ser responsável pela principal bandeira do partido, o Bolsa Família, e é a preferida da senadora, que foi uma das coordenadoras do grupo correlato do gabinete provisório. Com a reação petista, Tebet deverá, porém, ser aquinhoada com outra pasta de visibilidade. “Garanto que não serei ministra da Agricultura”, assegurou.
Agradecimento
Para evitar mais ruídos, Lula elogiou publicamente o apoio que recebeu da senadora à sua campanha, em uma das únicas citações nominais de políticos não petistas na lista de agradecimentos. Outro lembrado foi o senador paranaense Carlos Fávaro, cotado como nome do PSD para o Ministério da Agricultura.
“Quero agradecer à senadora Simone Tebet, que teve um papel importante na minha campanha, e a outras pessoas que, no anonimato, apoiaram a gente”, disse o presidente eleito.
Tebet está convencida de que não precisa comprar briga com o PT. Pastas como Educação e Meio Ambiente (cuja principal candidata é a deputada eleita Marina Silva, Rede-SP) estão na mesa de negociação de Baleia Rossi com Gleisi e Lula. “Essa (definição de ministérios) é uma questão que vai ter que perguntar para o presidente do partido. Estou aqui como senadora e como convidada do grupo de coordenação na área do desenvolvimento social”, desconversou a senadora sobre a presença no evento.
Além da pasta a ser destinada a Tebet, o MDB pleiteia mais dois ministérios para atender às bancadas na Câmara e no Senado. A cota dos senadores deverá ser preenchida pelo senador eleito Renan Filho, filho de Renan Calheiros (MDB-AL) – principal líder da bancada nordestina que apoiou Lula desde o primeiro turno.
O representante da Câmara ainda está sendo negociado. O governador reeleito do Pará, Helder Barbalho, tenta emplacar o nome do irmão, Jader Filho (MDB-PA), mas a bancada prefere um veterano como José Priante Junior, também paraense.
Na terça (12), a cantora Margareth Menezes confirmou ter aceitado o convite de Lula – com quem se encontrou – para assumir o comando do Ministério da Cultura, que será recriado.