Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2024
A médica Claudia Soares Alves, que sequestrou uma bebê recém-nascida no último dia 23 de julho, foi aprovada em primeiro lugar no concurso público para trabalhar no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), mesmo local onde a criança nasceu. Além de trabalhar como médica generalista e neurologista, Claudia também é professora da instituição.
Na UFU, Claudia já havia concluído sua residência em Clínica Médica em 2007, após ter se formado em Medicina na Universidade Federal do Triângulo Mineiro três anos antes. Segundo o edital de homologação da Universidade Federal de Uberlândia, a médica foi aprovada em primeiro lugar no concurso, com nota final de 461,99 pontos. Ela trabalhava na instituição desde maio.
Isabela nasceu por volta das 20h do dia 23 de julho, de parto cesárea, no HC-UFU. Segundo a Polícia Civil, a médica se aproveitou do fato de ser concursada no hospital, usou o crachá e entrou. Com isso, poucos depois das 23h, ela se apresentou como pediatra aos pais e pegou a recém-nascida.
O pai, o motorista Édson Ferreira, disse que a médica enganou todo mundo.
“Ela era muito bem articulada. Entrou, mexeu nos peitos da minha esposa para ver se tinha leite. Disse que era pediatra e que ia levar a bebê para se alimentar. Minutos depois, eu vi que a minha menina não voltava, e aí percebemos que ela tinha sido levada”, contou.
A mulher saiu da porta do hospital com a bebê e fugiu em um carro vermelho. Segundo a polícia, quando os pais notaram que a mulher demorou para devolver a recém-nascida ser devolvida, o sistema de segurança do hospital foi acionado, mas a médica já havia fugido.
Entenda ponto a ponto a ação da mulher:
Um dos vídeos mostrou que ela chegou de carro em frente ao HC-UFU, às 23h18;
Ela desceu do veículo usando jaleco, touca, máscara, luvas de borracha e uma mochila amarela nas costas;
A mulher caminhou até o hospital e retornou 37 minutos depois;
Às 23h55, a médica passou novamente pelas câmeras de monitoramento, já carregando a recém-nascida em um dos braços;
Ela entrou pelo banco do motorista e saiu logo em seguida.
A gerente de Atenção à Saúde do HC-UFU, Liliane Passos, disse que iniciou uma apuração interna sobre as circunstâncias e colabora com a investigação da polícia.
Apesar de ser médica e ter vínculo com a UFU, a Polícia Civil investiga se houve falha na segurança do HC.
O advogado Vladimir Rezende, responsável pela defesa da médica, explicou que ela é tem transtorno bipolar e, no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica, não tendo capacidade de discernir sobre o que estava fazendo.