Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 15 de janeiro de 2016
Em algum momento da vida, todos devem procurar um cardiologista. Segundo a médica Marly Uellendahl, é importante acompanhar a saúde cardíaca, principalmente quando há histórico de doença cardiovascular na família. No entanto, a consulta muitas vezes gera apreensão. “Não é difícil encontrar um paciente ansioso, às vezes assustado por ter sido indicada a consulta com um cardiologista”, afirma. A especialista responde cinco dúvidas comuns dos pacientes. Confira.
Qual a periodicidade indicada para consultas no cardiologista?
Marly Uellendahl – Pessoas que têm histórico de problemas cardíacos devem começar a se consultar anualmente a partir dos 30 anos ou até antes, uma vez que a genética influencia na incidência de doenças no coração. Quem não tem histórico familiar pode começar um pouco mais tarde, entre 35 e 40 anos. Aqueles que fazem atividades físicas intensas devem fazer uma avaliação cardiológica prévia, mesmo sendo jovens.
Vou começar a fazer exercícios físicos. Preciso fazer exames?
Marly – Sim, é importante fazer exames para avaliar o coração. Mesmo aqueles que nunca tiveram problema cardíaco precisam fazer um check-up de prevenção ao incluir atividades físicas na rotina. Dependendo do tipo e da intensidade da atividade física, é possível que aqueles que têm alguma doença que ainda não se manifestou apresentem algum sintoma durante ou após o esforço.
Posso continuar comendo alimentos ricos em gordura e compensar com atividades físicas?
Marly – Atividades físicas ajudam a diminuir os níveis de gordura no sangue, mas, se o consumo é excessivo, isto pode ser prejudicial à saúde cardiovascular. A gordura deve fazer parte de uma dieta balanceada, mas deve-se preferir a ingestão de gorduras de origem vegetal, como azeite de oliva, e de alguns peixes ricos em HDL, a gordura “do bem”, e evitar aqueles que aumentam o LDL, gordura que se deposita nas artérias.” É importante procurar orientação com uma nutricionista.
Fico cansado com atividades físicas. Posso ter um problema cardíaco?
Marly – Nesses casos, o médico precisa averiguar. O cansaço pode ser resultado de vários fatores, não só de problemas cardíacos. O sedentarismo contribui para o aumento do cansaço e para a diminuição da capacidade cardiorrespiratória. O cansaço resultante de um dia corrido, ou da prática intensiva de um determinado exercício é normal. O problema é quando essa sensação dura dias, semanas, e impede a prática de atividades simples, como uma caminhada.
A pílula anticoncepcional pode fazer mal ao coração?
Marly – Essa questão da pílula anticoncepcional depende de vários fatores. A combinação de progestágeno e estrogênio pode aumentar os riscos de trombose e AVCs (acidentes vascular cerebral) em algumas mulheres. Por isso, é importante conversar com o ginecologista sobre o histórico familiar de problemas cardíacos e os seus hábitos de vida. Mulheres fumantes, hipertensas, com histórico de doenças autoimunes ou história de trombose também podem ter complicações devido ao uso da pílula. (AE)