Simon Bramhall, de 53 anos, se declarou culpado na quarta-feira (13) pelas duas acusações de agressão aos órgãos e, claro, às pessoas que passaram pela cirurgia. O caso foi classificado pelo promotor como “sem precedentes legais em direito penal”.
O médico usou um coagulador para selar os vasos sanguíneos e marcar as iniciais nos órgãos.
O promotor Tony Badenoch disse que as letras foram “uma aplicação intencional de uso ilegal da força enquanto os pacientes estavam anestesiados”. Ele disse, também, que foi um abuso de autoridade de Bramhall na posição de médico.
Em 2014, o cirurgião renunciou ao trabalho no Hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, após ser descoberto por outro médico, resultando inicialmente apenas em procedimentos disciplinares.
Bramhall deverá pagar fiança para ser liberado. A decisão oficial da Justiça deverá ser emitida em 12 de janeiro de 2018.
Médico processado
Em outro caso inusitado, recentemente um médico foi processado por, supostamente, ter usado um telefone celular para conversar enquanto operava uma nova-iorquina. Segundo o jornal “The Journal News”, Mary Edwards, de 70 anos, moradora de Port Chester, ingressou com uma ação no início do mês, na Suprema Corte do Estado de Nova York, contra o médico Eric Fishman e a empresa que ele trabalha, o Westmed Medical Group.
No processo, Edwards exige uma compensação financeira. A mulher conta que precisou passar por duas cirurgias de varizes neste ano. Em uma delas, Fishman teria pego o celular para conversar em espanhol.
Segundo o advogado de Edwards, Mitchell Baker, ela ficou aterrorizada durante a cirurgia ao não entender o que estava acontecendo, o que lhe causou consternação mental. Segundo Baker, o médico explicou a ela após o fim da cirurgia que aquele era o único momento em que ele conseguiu fazer o teste de proficiência na língua, que seria importante porque ele tem vários pacientes latinos.
A porta-voz do Westmed Medical Group afirmou que a empresa não quer comentar o caso.
Na Itália, duas médicas que participavam de uma cirurgia para tratar apneia do sono em um paciente de Perugia foram acusadas de homicídio culposo pelos familiares do homem.
Em uma selfie, elas apareciam sorridentes e fazendo sinais com as mãos para a câmera enquanto o paciente aparecia ao fundo, em uma maca. Gino Pucciarelli, de 48 anos, foi liberado no dia seguinte. Com grave sangramento, o paciente voltou ao hospital oito dias depois. Ele acabou morrendo um dia depois de retornar.
A família de Gino acusou os médicos – além das duas envolvidas na selfie, outros três profissionais participaram da cirurgia – de negligência que levou o paciente a óbito. A foto foi anexada ao processo. O caso aconteceu em em 2015, ano em que, no Brasil, o CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou resolução proibindo médicos de publicar na internet selfies com pacientes. A medida foi incluída em um pacote de proibições com objetivo de limitar o “sensacionalismo e a autopromoção” dos médicos, conforme afirmou, na época, um comunicado do conselho.