Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de fevereiro de 2016
Médicos de Pernambuco, Estado que concentra o maior número de registros de microcefalia, estudam casos de bebês que nasceram sem a má-formação, mas com problemas auditivos e visuais possivelmente ligados ao zika vírus.
Nessas ocorrências, a mãe contraiu o vírus depois do segundo trimestre de gestação, e a criança nasceu com o perímetro cefálico normal, mas apresentou deficiência de visão ou de audição, mais difíceis de detectar.
“A microcefalia foi a primeira manifestação percebida [pelas autoridades], mas eu acredito que seja só a ponta de um iceberg que estamos chamando de síndrome de infecção congênita de zika, que poderia causar problemas visuais ou auditivos sem a presença da má-formação”, disse o infectologista Demócrito Miranda, que integra a força-tarefa dos estudos sobre microcefalia sediados na Fiocruz, em Recife.
A oftalmologista Camila Ventura, da Fundação Altino Ventura, que atende 135 bebês com microcefalia, também registrou casos de crianças sem a anomalia, mas com problemas oculares. “São achados preliminares e estamos estudando.”
O grupo está iniciando um estudo para acompanhar 200 crianças com microcefalia e 400 sem essa condição. Para a pesquisa, examinam outros fatores que podem estar relacionados à má-formação. Por exemplo, se as mães de bebês com a má-formação haviam tido dengue, além do zika. (Folhapress)