“O homem do campo está sendo um herói nessa hora”
Presidente Bolsonaro, sobre o produtor rural que continua produzindo alimentos em tempos de coronavírus
Uma videoconferência dos médicos do Distrito Federal com os colegas de Wuhan, epicentro do coronavírus, deve dar início à cooperação solicitada pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, à embaixada da China. Ele foi o primeiro a pedir, mas outros Estados e vários municípios fizeram o mesmo, por isso a embaixada fez uma gentileza ao governo federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores: enviou uma lista dessas solicitações pedindo que ao Palácio do Planalto que defina prioridades.
Nova roda de conversa
Uma segunda videoconferência será dos médicos de Wuhan e o pessoal de saúde dos Estados e municípios que solicitaram a cooperação.
Esforço premiado
Por ter formalizado primeiro o pedido de assistência, o DF “está bem posicionado”, dizem diplomatas. O esforço do DF é considerado modelar.
Pais da matéria
O “projeto China” é tocado pelo secretário Valdetário Andrade Monteiro (Casa Civil) e Renata Zuquim, diretora de relações internacionais do DF.
Jeito chinês
Pegou bem junto aos chineses o governo do DF não formular pedidos específicos de equipamentos, por exemplo. Só o que for possível.
Turistas brasileiros sofrem tentando voltar ao País
Apesar da assistência dos diplomatas, a situação de brasileiros retidos no exterior, em razão do coronavírus, chega a ser dramática. Na África do Sul, já são cerca de 500 turistas impedidos de sair do país. O drama começou com o cancelamento de voos, depois se agravou com o fechamento de aeroportos desde sexta-feira (27). A embaixada do Brasil conseguiu autorização excepcional para dois voos da Latam, o primeiro nesta segunda (30) outro na terça (31). Mas faltava a Latam se decidir.
Honrando contratos
Com a concordância da empresa de honrar as passagens de ida e volta que vendeu, o desafio é acomodar 500 brasileiros em dois voos.
Ao menos isso
A Latam cancelou seus voos da África do Sul, mas pelo menos teve a dignidade de cumprir a legislação e garantir hotéis para seus clientes.
Cadastramento inútil
Os retidos na África do Sul se cadastraram na Anac, mas a agência nem ameaçou aplicar um “pedala” nas empresas. Para não tomar bronca.
Cara demagogia
Vai custar R$15 milhões só o custeio da demagogia de montar “hospital de campanha” no Estádio Pacaembu, em São Paulo. Gastaria muito menos deixando de ignorar ofertas gratuitas de hotéis para o mesmo fim.
Decisão fake
Na liminar que proíbe a campanha “O Brasil não pode parar” do governo federal, o juiz de Duque de Caxias ordena que o governo “se abstenha” de desestimular o isolamento social “recomendado pela OMS”. A OMS não recomenda “isolamento social”, só distanciamento de alguns metros.
Vírus da desinformação
Repórter de TV que noticiava a contaminação de segurança do Planalto chamou de “coletiva” o que foi a “comitiva” do presidente Jair Bolsonaro a Miami. Da qual, aliás, o segurança infectado não participou.
Discurso interrompido
Quis o destino que a primeira morte por coronavírus em Brasília não foi “da falta de proteção” do governo brasileiro, como as ONGs certamente denunciariam mundo afora. Ele foi infectado pela namorada… francesa. Mademoiselle retornou já contaminada de recente viagem à Europa.
Assim é se lhe parece
Associação de juristas que classificava o impeachment de Dilma como “desrespeito a 54 milhões de votos”, agora defende o impeachment de Jair “58 milhões de votos” Bolsonaro por não aprovar o presidente.
Disputa acirrada
Zequinha Marinho (PSC-PA) assumiu a liderança de senadores que mais fazem ressarcimento de despesas, R$ 550 mil desde fevereiro de 2019, apesar do belo salário. Passou Eduardo Braga (MDB-AM), R$ 549 mil. Só a agência de turismo que atende a Marinho levou R$ 174 mil.
Sangue dá lucro
As notícias só falam da quantidade de casos e mortes pelo Covid-19, mas ignoram os recuperados, que já passam de 133 mil. Dos casos ativos, 95% são leves, segundo o site de monitoramento Worldometer.
Efemérides
Completa 10 anos neste domingo a morte de Armando Nogueira, marco do jornalismo esportivo brasileiro. E também nove anos da morte de José Alencar, que foi duas vezes vice do ex-presidiário Lula.
Pergunta na UTI
Quantos leitos seriam abertos com os R$2 bilhões reservados para pagar a campanha eleitoral dos políticos, este ano?
PODER SEM PUDOR
A vida privada é pública
Repórter da Manchete, Alexandre Garcia informou certa vez que o presidente João Figueiredo devorava barras de chocolate que escondia numa lata, na cozinha da Granja do Torto. O general acabara de ser operado do coração. Ficou furioso. Ordenou investigação para identificar o auxiliar que vazara a informação e mandou um recado mal-educado ao jornalista, acusando-o de invadir sua privacidade. Alexandre respondeu por carta, argumentando que, ao aceitar ser presidente, ele abriu mão da privacidade. E advertiu que o chocolate fazia mal também ao País, com o risco de entupir outra artéria. Conhecido pelo jeito duro e até truculento, o general Figueiredo teve uma reação inesperada. Em carta a Alexandre – que a guarda até hoje – ele reconheceu que o jornalista tinha razão.