O juiz Sérgio Moro, em abril, disse esperar que seu trabalho na Operação Lava-Jato não passe de dezembro. Não se conhecem as razões que levaram o magistrado a dar a declaração, mas ela aumentou as especulações de que Moro contava como certas delações premiadas fundamentais para o desbaratamento final do esquema de assalto à Petrobras, com ramificações no setor elétrico.
No mês seguinte, o acordo de colaboração com a Lava-Jato de executivos da Andrade Gutierrez, a segunda maior empreiteira do esquema, seria homologado. Mas ainda se aguarda a formalização de depoimentos dos responsáveis pela Odebrecht.
Na ponta parlamentar de todo este escândalo, há visíveis movimentos de autodefesa, para, por meio de novas leis, barrar a Lava-Jato e impedir operações deste tipo.
À medida que a Lava-Jato avança, as pressões crescem. É preciso não apenas resistir a elas, mas também pressionar a Câmara para continuar a tramitação de propostas de melhoria da legislação para tornar mais eficiente o combate à corrupção. É crucial avançar. (AG)