Assim como outras cidades pelo mundo, Porto Alegre está sentindo os impactos das paralisações decorrentes do coronavírus. Desde que o isolamento social se tornou necessário, a poluição na cidade teve uma redução de 22% para as partículas com até 2,5 micrômetros, que são as mais nocivas para a saúde. Também houve redução de até 75% nas partículas entre 2,5 e 10 micrômetros, que representam menor risco para as pessoas.
“Não se trata de gases poluentes, mas sim partículas extremamente prejudiciais à saúde. As que possuem até 2,5 micrômetros podem chegar aos pulmões e circular por todo o organismo”, alerta a coordenadora do Laboratório de Poluição Atmosférica da UFCSPA, Cláudia Rhoden.
A análise é do projeto Porto Ar Alegre, do Pacto Alegre, que conta com cinco monitores da qualidade do ar localizados nas regiões dos bairros Rubem Berta, Santa Cecília, Centro Histórico, Humaitá e Restinga. Eles medem as concentrações de material particulado ao nível do solo. Foram considerados dados anteriores ao isolamento (entre 16 de fevereiro e 15 de março) e após (16 de março a 14 de abril).
“O monitoramento das mudanças dos indicadores de qualidade do ar evidenciam a importância das emissões do transporte, por exemplo, no quadro das grandes cidades. Com a redução da mobilidade, devido a essa indesejável crise, tivemos uma forte e clara redução de particulados e uma melhoria nos índices de qualidade do ar em Porto Alegre”, analisa o diretor da Escola de Engenharia da UFRGS e Coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho.