Por Redação O Sul | 4 de dezembro de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A cada quatro anos, a manchete se repete: “Governadores eleitos assumem sob a ameaça de bombas fiscais”. Nunca, porém, o cenário assumiu contornos tão dramáticos. Não há mais cartas escondidas no bolso do colete. Até o tradicional acessório do traje foi empenhado ou vendido.
Pagamentos atrasados, perspectivas sombrias de aumento da arrecadação e o fogo chegando perto dos pavios. Para apagar os incêndios serão necessários jatos d’água com pressão fortíssima.
Para evitar erro de novo
O governador eleito Eduardo Leite diz que só decidirá sobre o secretariado após a votação da prorrogação da alíquota do ICMS. Está certo, mas há tentativa de alguns aliados de fazer tempestade em copo d’água. O que ocorre com o governador José Ivo Sartori serve de exemplo. Partidos e deputados, ao longo de três anos e 11 meses, beneficiaram-se com os favores que o poder podia conceder. Diante de projetos polêmicos, subiram no muro sem qualquer cerimônia e deixaram o governo mal. Leite não quer passar pela mesma situação.
Estancar a sangria
A proposta de Onyx Lorenzoni foi aceita: as concessões de cartas sindicais, que deram origem a escândalos nos últimos anos, ficarão na área do ministro Sérgio Moro.
O silêncio condena
Quem ouviu ou leu as reclamações do vice-governador José Paulo Cairoli contra deputados estaduais pergunta: por que não falou antes e só vem a público agora?
Esquecidos no tempo
Entre os 67 projetos em condições de serem votados na Assembleia Legislativa antes do recesso, consta um de 1995 (regulariza o pagamento dos serviços prestados por empresas ao governo) e outro de 2002 (cria o Estatuto do Concurso Público no Estado).
Derrapou
A campanha eleitoral passou sem que o prometido metrô de Porto Alegre fizesse escala na Estação da Demogogia, como costumava ocorrer.
Dinheiro jogado fora
A Empresa de Planejamento e Logística, vinculada ao Ministério dos Transportes, será extinta em fevereiro do próximo ano. Criada em 2011, tinha de levar adiante o fracassado projeto do trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro. Nem os 20 bilhões de reais postos à disposição do BNDES ajudaram. A manutenção da estrutura, que não lançou 100 metros de trilhos, consome 70 milhões de reais dos cofres públicos por ano. A maior parte para pagar a folha de 140 funcionários.
Ao estilo nobre
O PSDB segue dividido entre a ala que fará oposição ao governo federal e o grupo adesista do governador eleito de São Paulo, João Doria. Há dúvida sobre o local em que a decisão será tomada: no restaurante Fasano, cujo prato na primeira etapa da refeição é o caviar, ou no Varanda, onde o filé de costela bovina custa 300 reais.
Contribuições valiosas
O Desenvolvimento Sustentável no Sul do país foi tema de Fórum, ontem à tarde, no auditório do Ministério Público lotado. Promoção do BRDE e da Rede Pampa. Comprovou que o assunto não se circunscreve ao âmbito acadêmico. Os painéis, abrangendo os setores público, empresarial e financeiro, tiveram a participação de 11 expositores. Demonstraram avanços que não mais serão revertidos, visando a preservação e melhorias no meio ambiente.
Reconhecimento
Em 1966, concorrendo pelo MDB à Assembleia Legislativa, Terezinha Irigaray obteve o primeiro lugar, com 51 mil e 462 votos. Dois anos depois, foi cassada pelo regime militar. Amanhã, receberá a Medalha de Deputada Emérita.
Sob os acordes da Ospa
O presidente da Ospa (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre), Luís Roberto Ponte, está solicitando apoio por meio da Lei Rouanet. Empresas podem doar até 4 por cento do Imposto de Renda a pagar, e pessoas físicas no limite de 6 por cento. Outra forma é a Lei de Incentivo à Cultura, com redução do ICMS recolhido. Nesse caso, o abatimento chega a 95 por cento do valor a ser doado.
Emperrou
Entrou água nas articulações para fusão entre o PCdoB e o PPL. O baiano Udulrico Alencar Pinto, único deputado federal do PPL, recusa-se a assinar a ficha de filiação para se tornar comunista.
Meio termo
Alguns governos, que sonham passar da fase de transição para explosão, ficam na de moderação.
Questão de medida
Na época de ocupação de cargos, para alguns o bastante é muito pouco.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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