Um ataque realizado pelos Estados Unidos contra o aeroporto internacional de Bagdá, capital do Iraque, matou o general Qassim Suleimani, principal comandante militar do Irã e o líder de uma milícia local pró-Teerã. As redes sociais refletem esse momento de tensão. Os internautas de todo o planeta, incluindo os brasileiros, demonstram temor de uma terceira guerra mundial.
O bombardeio foi operacionalizado por um drone, e a ação autorizada pessoalmente pelo presidente Donald Trump, que logo após o ataque postou em uma rede social a bandeira dos EUA, sem maiores comentários.
Considerado um herói no Irã, Suleimani recebeu uma oração em rede nacional como homenagem e foi chamado de mártir. O militar liderava há mais de 20 anos a força Quds, braço de elite da Guarda Revolucionária do Irã responsável pelo serviço de inteligência e por conduzir operações militares secretas no exterior.
O governo iraniano convocou uma reunião de emergência de sua cúpula de segurança para debater uma resposta ao ataque.
A tensão entre Teerã e Washington acaba de atingir, portanto, um nível estratosférico. Especialistas consideram o maior patamar em pelo menos dez anos.
Poucas horas após a morte do general, os assuntos mais comentados no mundo no Twitter passaram a ser Trump, Iran, World War 3 e WWIII. No Brasil, o termo terceira guerra mundial conta com milhares de tuítes.
É muito cedo ainda para prever quais serão as reais consequências dessa crise. O Irã já prometeu duras retaliações contra os Estados Unidos, mas parte dos analistas considera improvável uma resposta iraniana direta contra território ou bases americanas. O que pode acontecer é uma intensificação dos conflitos pulverizados que ocorrem no Oriente Médio há décadas. Ao mesmo tempo, não responder, seria, do lado iraniano, mostrar fraqueza, o que não deve passar na cabeça do aiatolá Ali Khamenei, dada a importância estratégica de Suleimani para o Irã. Neste momento, todas as cartas estão sobre as mesas e nenhuma hipótese pode ser rapidamente descartada.
Antes de qualquer alarmismo, no entanto, é importante lembrar que em pelo menos dois momentos dos últimos anos as pessoas na internet temeram uma Terceira Guerra Mundial como se fosse um evento iminente.
Em 2016, quando a Rússia apresentou o míssil Satã 2.
Em 2017, quando os Estados Unidos lançaram 59 mísseis Tomahawk de dois navios de guerra americanos no Mar Mediterrâneo e atingiram a base aérea de Al Shayrat, em Homs, destruindo caças sírios, munição, radares e outros equipamentos militares. A ação foi uma retaliação de Donald Trump ao ataque químico em Khan Sheikhun, na Síria, dois dias antes, que matou ao menos 80 pessoas, dezenas delas crianças.
Para quem se lembra bem daquele momento de 2017, o clima era bem parecido com o que estamos vivendo agora. As redes estavam em polvorosa com ameaça de escalada do conflito. Como sabemos, a Terceira Guerra Mundial não se concretizou. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.