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Medo de ataques terroristas está tirando o clima olímpico dos Jogos de Paris

França reforçou segurança no país para evitar ataques terroristas. (Foto: AFP)

O medo de ataques terroristas afasta a atmosfera olímpica dos Jogos de Paris. Homens das Forças Armadas armados com fuzis circulam pela capital francesa, deixando um clima tenso no ar. Para o brasileiro Rodrigo Teixeira Mendez, 45 anos, a organização está em crise e o clima de fraternidade que costuma marcar as Olimpíadas é impossível de sentir.

Há quatro anos morando na Inglaterra, ele esteve na quarta-feira em Paris para assistir Espanha e Uzbequistão no futebol masculino, mas já está voltando para casa e não tem planos de retornar à França tão cedo.

“Achei tudo muito confuso. Talvez por causa do cerco em torno da cidade. Achei o clima aqui muito intenso, muita polícia, armamento pesado. Parece que a qualquer momento temos um clima de fraternidade e não há nesta Olimpíada”.

Desde o início da preparação para a Olimpíada, o terrorismo sempre foi uma das grandes preocupações do governo francês. Poucos dias antes da abertura dos Jogos, o Ministro do Interior da França, Gerald Darmanin, comemorou em rede social a prisão de um suposto neonazista que ameaçava realizar um atentado: “Continuaremos nossa luta constante pela segurança do povo francês”.

Darmanin já havia anunciado que, após cerca de 770 mil investigações administrativas, mais de 3.500 credenciados haviam sido barrados dos Jogos porque poderiam representar uma ameaça à segurança.

Sabotagem

O dia da abertura dos Jogos foi marcado por trens parados em toda a França e um aeroporto evacuado por ameaça de bomba. Os incidentes perturbaram a manhã da sexta-feira, como se fosse preciso aumentar a prontidão das forças de segurança, já em grau máximo.

Os franceses acordaram com a notícia de que, durante a madrugada, sabotadores cortaram e atearam fogo a cabos essenciais à operação dos trens, em três cidades francesas. Uma quarta tentativa de incêndio foi desbaratada. Os atos teriam ocorrido entre 1h e 5h30 da manhã, no horário local (20h e 0h30 em Brasília).

Cerca de 800 mil passageiros foram afetados pelos atrasos e cancelamentos de trens. Os saguões das estações de trem ficaram repletos de passageiros desorientados.

Tínhamos antecipado esse tipo de cenário”, declarou Amélie Oudéa-Castéra, ministra dos Esportes e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. “Lamento pelos ferroviários, que já estão consertando as linhas, e pelas pessoas em férias.”

Poucas horas depois da sabotagem ferroviária, o aeroporto francês de Basileia-Mulhouse, próximo à fronteira com a Suíça, foi evacuado devido a uma ameaça de bomba, em mais um incidente de segurança no dia da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.

Reforços

A polícia francesa recebeu o reforço de mais de 40 países. O procedimento é padrão para eventos como esse. O principal objetivo da operação envolvendo reforços estrangeiros será a “prevenção de proximidade”, permanecendo “o mais próximo possível dos locais e do público”.

Países europeus contribuíram com mais agentes para essa missão. A Espanha, vizinha da França, é o país que mais ajudou, com cerca de 360 agentes; o Reino Unido enviou 245, e a Alemanha, cerca de 161, de acordo com informações do Inside the Games. O Brasil contribuiu com 14 policiais federais e outros dois agentes exclusivos para o Time Brasil.

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