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Geral Medo faz a Rússia celebrar o Dia da Vitória discretamente, e Putin afirma que o Ocidente quer ver o colapso de Moscou

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O presidente Vladimir Putin falou que as nações ocidentais desencadearam uma “guerra” contra seu país. (Foto: Divulgação)

Mesmo em meio a rumores de contraofensiva ucraniana, que fez com que ao menos 21 cidades da Rússia cancelassem os desfiles do Dia da Vitória, comemorado nesta terça-feira (9), e considerado o principal feriado russo, Moscou manteve as celebrações na Praça Vermelha. Em discurso para o povo, o presidente Vladimir Putin falou que o mundo está em um “ponto de inflexão” e que as nações ocidentais desencadearam uma “guerra” contra seu país e prometeu vitória no conflito no Leste Europeu que se encaminha para o segundo ano.

“A civilização está novamente em um ponto de inflexão. Uma guerra foi desencadeada contra nossa pátria. Nada é mais importante agora que a tarefa militar de vocês. A segurança do país depende, hoje, de vocês. O futuro do nosso Estado e do nosso povo depende de vocês”, disse Putin, diante de milhares de soldados e políticos russos reunidos para celebrar a vitória sobre a Alemanha nazista em 1945. “Cumpram suas missões militares com honra, combatam pela Rússia”, acrescentou, antes de clamar: “Pela Rússia, por nossas corajosas Forças Armadas, pela vitória! Hurra!”. Acusando o Ocidente de ser o responsável pelo que acontece na Ucrânia, o russo justificou a invasão como uma forma de se defender de uma agressão, pois, segundo ele, o objetivo do Ocidente é conseguir o colapso e a destruição de nosso país.

Após o breve discurso do presidente, milhares de militares desfilaram na emblemática Praça Vermelha da Moscou, com bandeiras russas e soviéticas. As celebrações, organizadas a cada ano para celebrar a vitória contra a Alemanha nazista em 1945, acontecem este ano à sombra da ofensiva de Moscou na Ucrânia, marcada por reveses sofridos pelo exército russo no campo de batalha. O desfile desta edição foi muito mais modesto que nos últimos anos: sem exibição aérea ou blindados, com exceção de um T-34 soviético da Segunda Guerra Mundial. Na segunda-feira, 8 de maio, dia em que muitos países ocidentais celebram o fim da Segunda Guerra Mundial, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu que a Rússia será derrotada “como o nazismo foi derrotado”.

Há semanas, o exército ucraniano fala que está finalizando uma contraofensiva, a qual os moradores do sul aguardam ansiosamente. Orikhiv, que fica em uma zona estratégica para Kiev que finaliza os preparativos para uma grande contraofensiva a fim de libertar os territórios ocupados. Caso as tropas ucranianas avancem em direção a Melitopol – cidade localizada a 80 quilômetros ao sul e ocupada pelos russos após o início da invasão –, poderão cortar o corredor terrestre que permite a ligação de Moscou à Crimeia, península ucraniana anexada em 2014.

Ao mesmo tempo que em que a Rússia comemora seu feriado mais importante, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, foi para Kiev para celebrar o “Dia da Europa”, no momento em que Moscou realiza um grande desfile militar por ocasião do “Dia da Vitória”. A líder chegou à capital ucraniana de trem, procedente da Polônia, e se reunirá com o presidente Volodymyr Zelensky, com quem abordará o pedido de adesão da Ucrânia à União Europeia (UE). Pouco antes de sua chegada as sirenes antiaéreas foram acionadas em Kiev durante duas horas.

O presidente ucraniano decretou que o país celebrará em 9 de maio o “Dia da Europa”, assim como fazem os países da UE, ignorando o tradicional desfile militar do “Dia da Vitória”, uma tradição do período soviético. “Recebo com grande satisfação a decisão do presidente Zelensky de comemorar o Dia da Europa em 9 de maio. A Ucrânia é parte da nossa família europeia”, declarou Von der Leyen à imprensa no trem durante a viagem a Kiev. “Minha presença hoje em Kiev, no dia 9 de maio, é simbólica, mas também é sinal de uma realidade crucial e muito prática: a UE está trabalhando de mãos dadas com a Ucrânia em muitas questões”, destacou.

Prestes a completar 15 meses, o fim do conflito não está próximo. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que “neste momento não é possível” estabelecer uma negociação para acabar com a guerra na Ucrânia, em uma entrevista publicada pelo jornal espanhol ‘El País’. “Infelizmente, acredito que neste momento não é possível uma negociação para a paz. As duas partes estão convencidas de que podem vencer e estão completamente envolvidas na guerra”, disse Guterres. “No momento não vejo nenhuma possibilidade de conseguir imediatamente – não estamos falando do futuro – um cessar-fogo global”, acrescentou. O secretário-geral da ONU afirmou, no entanto, que tem esperanças de um diálogo no futuro. As informações são da Jovem Pan.

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