São remotas as chances de o ministro André Mendonça (STF), relator do caso, “pegar leve” com o ex-ministro de Direitos Humano Silvio Almeida, envolvido no escândalo sexual em que a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) figura entre as vítimas. Caberá a Mendonça decidir a abertura de processo contra Almeida, agora também sob suspeita de estar por trás de ameaças ao sociólogo Leonardo Pinho, seu antigo auxiliar e testemunha-chave das graves denúncias de assédio sexual.
Fogueira das vaidades
Ex-dirigente do ministério de Direitos Humanos, o sociólogo foi demitido pelo enciumado Almeida após participar de reunião com Janja.
Testemunha ameaçada
Leonardo Pinho pediu inclusão no programa federal de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, parecido com proteção a testemunhas.
Situação só piora
Acusado “apenas” de assédio sexual, o ex-ministro agora pode até ser investigado por tentativa de intimação e coação de testemunha.
Não sairá barato
Pessoas que o conhecem de perto afirmam que o ministro André Mendonça jamais permitiria crimes assim fossem relativizados.
Parlamentares torraram R$166 milhões no “cotão”
Deputados e senadores não têm piedade do pagador de impostos que sustenta luxos como aviões, viagens, combustível e a alimentação de suas excelências. A fatura do cotão parlamentar, como chamam a “verba indenizatória”, passou os R$ 166,6 milhões este ano. Eles gastam como se não houvesse amanhã, usando a verba para ressarcir quaisquer despesas. Deputados recebem entre R$ 36,6 mil e R$ 51,4 mil por mês. Senadores, de R$ 21 mil a R$ 44,2 mil, segundo o Estado de origem.
É outra coisa
A dinheirama nada tem a ver com os generosos salários das excelências: R$ 44.008,52. Em 2025 tem reajuste aprovado, sobe para R$ 46.366,19.
Vai piorar
Na Câmara, o cotão já consumiu R$ 149,5 milhões. No lado do Senado foram R$ 17 milhões gastos sem dó. E o ano ainda não acabou.
Alma do negócio
Preocupados com a imagem, deputados torraram R$56,3 milhões com propaganda pessoal. Foi o maior tipo de despesa do cotão, este ano.
Memória curtíssima
Após a Lava Jato recuperar R$ 6 bilhões roubados da Petrobras, Lula disse que o objetivo da operação não era combater a corrupção e sim “prejudicar” a estatal. Como aposta na memória curta, ele já “esqueceu” que foi condenado por corrupção e etc. em todas as instancias judiciais.
Taxad em seu labirinto
Fernando Haddad (Fazenda) aumentou a expectativa de inflação para 2024: passou de 3,9% para 4,25%, mas garante “crescimento do PIB”. Já para 2025, revisou para baixo a expectativa do Produto Interno Bruto.
Dinheiro, detalhe
A ordem do ministro Alexandre de Moraes de transferir para a União R$ 11 milhões da Starlink representa cerca de uma semana de faturamento no Brasil da empresa da qual Elon Musk é sócio minoritário.
Lacração abundante
Grupo de senadores empurra ideia, relatada por um petista, claro, para incluir na Constituição o “direito fundamental” ao ar de boa qualidade. Faltou sugerir o direito ao calor no inverno ou à chuva no Sertão.
E a companheirada?
Frustrado por não conseguir gorda teta para Guido Mantega na Vale, Lula disparou contra o salário dos presidentes da empresa e da Eletrobras. Sobre os salários de marajá na Petrobras, nada disse.
Fora do ar
Curiosamente, o site da Câmara dos Deputados registrou na sexta (13) problema parcial nas páginas dos parlamentares. Tudo estava disponível, exceto o que registra os gastos de suas excelências. Hum…
Páreo duro
Mesmo com a performance muito elogiada na imprensa da candidata democrata, a diferença entre Kamala Harris e Donald Trump na média de pesquisas nacionais FiveThirtyEight é a menor desde 12 de agosto, 2,6%
Pequena comparação
Dados da Similarweb, mostram que o X (ex-Twitter) ainda é o 11º site mais acessado do Brasil, muito à frente do gov.br, por exemplo, o maior do governo federal. O Google ainda é, de longe, o primeiro colocado.
Pensando bem…
…na Praça dos Três Poderes, não se mexe em time que está perdendo.
PODER SEM PUDOR
Fagulha no olho
Coronel Toniquinho Pereira era chefe político em Itapetininga (SP), quando se viu obrigado a receber o governador, seu adversário, na estação ferroviária de Iperó. Cheio de má vontade, assim que o trem chegou à estação, Toniquinho foi logo reclamando do chefe da estação: “Entrou uma fagulha no meu olho…” O ferroviário descartou: “O trem é elétrico, coronel. Não solta fagulha.” Toniquinho insistiu: “Então foi um quilowatt.”
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
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