Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de junho de 2016
Um menino japonês abandonado em uma floresta por seus pais após ser malcriado foi encontrado vivo e sem ferimentos, seis dias após seu desaparecimento gerar uma grande operação de busca que repercutiu pelo país.
Yamato Tanooka, 7 anos, foi encontrado em um prédio de uma base militar japonesa a cerca de quatro quilômetros de onde desapareceu, depois de seus pais o deixarem na encosta de uma rodovia, no que teria sido um castigo por mau comportamento. Ele estaria jogando pedras em carros e pessoas durante um passeio.
“Um de nossos soldados se preparava para exercícios pela manhã e abriu a porta do prédio da base, e então ele estava lá”, disse um membro das forças de autodefesa do Japão.
“Quando ele perguntou ‘você é Yamato?’, o menino disse que sim. Então ele disse que estava com fome, e o soldado deu água, pão e bolinhos de arroz para ele.”
Yamato, que está saudável, foi levado para um hospital para exames. Um médico informou que o menino estava um pouco desidratado e que a temperatura corporal era levemente baixa. “Durante seis dias, ele só bebeu água”, afirmou.
Sorte.
Yamato tinha apenas alguns arranhões nos braços e pernas, obtidos ao longo das horas de caminhada percorridas na floresta fechada até chegar a uma isolada instalação militar japonesa. No local, ele encontrou cabanas e, dentro delas, colchonetes.
O menino bebeu água de uma torneira do lado de fora da cabana, mas contou com muita sorte para sair vivo e quase ileso da “aventura”. A primeira foi não ter se deparado com nenhum dos muitos ursos selvagens que habitam a floresta de Hokkaido. A segunda foi chegar às cabanas e ter a chance de se proteger da chuva e do frio, que chegou a 7 graus. A terceira dose de sorte pode ter salvado sua vida: quando a instalação militar não está sendo usada, as cabanas deveriam ficar trancadas, mas alguém esqueceu uma delas aberta.
“Fui longe demais”, diz pai de menino.
O pai do menino disse que a primeira coisa que fez ao reencontrá-lo foi pedir perdão e admitiu que foi “longe demais”.
“A primeira coisa que eu disse para ele é que eu sentia muito. Ele balançou a cabeça e disse ok, tipo, ele entendeu”, declarou Takayuki Tanooka, 44 anos. “Nosso comportamento como pais foi longe demais, e isso é algo de que me arrependo muito. Pensei que estivesse fazendo algo para seu próprio bem, mas agora vejo que fui longe demais.”
Tanooka agradeceu aos membros das equipes de resgate – cerca de 200 pessoas fizeram um pente fino na área desde o desaparecimento – pelos esforços e pediu desculpas por ter causado problemas.
A polícia disse que os pais podem ser acusados de negligência. O caso provocou uma onda de críticas aos responsáveis pelo menino nas redes sociais.