Ícone do site Jornal O Sul

Menopausa pode causar insônia? Após relato de Eliana, ginecologista explica sintoma

Assim como a apresentadora, outras mulheres enfrentam dificuldades significativas nessa fase. (Foto: Reprodução/GNT)

Aos 51 anos, Eliana revelou que, ao entrar na menopausa, tem tido dificuldades para dormir. Este período da vida da mulher pode trazer uma série de desafios, entre eles, a alteração da qualidade do sono, relacionadas às flutuações hormonais. A questão foi abordada durante o programa “Saia justa”, do canal GNT, explicando que, assim como a apresentadora, outras mulheres enfrentam dificuldades significativas nessa fase. “É louco a menopausa batendo na porta. Eu até durmo na hora que eu quero dormir, mas o sono é interrompido durante a madrugada. Por causa dos hormônios. Eu estou ainda estudando um pouquinho sobre isso”, disse ela.

A ginecologista Isabela Melo explica que cerca de 70% das mulheres na fase de transição da menopausa experimentam fogachos, também conhecidos como ondas de calor. “Esses episódios, que duram de segundos a minutos, estão associados a um descontrole no eixo do córtex cerebral que regula a temperatura corporal. Os fogachos podem acontecer com sudorese e, muitas vezes, se manifestam à noite, resultando em despertar noturno e insônia”, afirma.

Os sintomas da menopausa variam e não surgem de uma vez. “O mais comum relatado é o fogacho, que pode aparecer acompanhado de instabilidade emocional, desânimo, cansaço, lapsos de memória, alterações no ciclo menstrual, sudorese, baixa autoestima, baixa libido, cefaleias, sensibilidade mamária, insônia, palpitações e dificuldade em perder peso”, explica Isabela.

Além da dificuldade para dormir, a menopausa pode desencadear outros distúrbios. “Alterações genitais e urinárias são frequentes, levando à incapacidade de continência urinária, resultando em níveis baixos de estrogênio que afetam a mucosa genital”, relata a médica. Também há um aumento do risco de transtornos depressivos; “Sabemos que quanto mais cedo a menopausa acontece, maior o risco de a mulher ser acometida pela depressão devido às alterações precoces no organismo”, fala a especialista.

Níveis de colesterol

Outro aspecto a ser considerado é o aumento dos níveis de colesterol. “Com a queda dos níveis de estrogênio, há menor transformação desse colesterol em hormônios, o que resulta em maior quantidade de LDL circulante, o ‘colesterol ruim’. O risco de doenças cardiovasculares é proporcionalmente maior se essa mulher tiver níveis aumentados de colesterol total”, afirma a ginecologista.

Por fim, a menopausa pode agravar a síndrome do túnel do carpo que é uma condição que causa dor e desconforto. “Síndrome de túnel do carpo é uma condição que causa dor, formigamento e dormência nas mãos; durante a menopausa, há maior retenção de líquidos, podendo aumentar a pressão no túnel do carpo e irritar o nervo mediano”, detalha a especialista.

A terapia de reposição hormonal (TRH) é uma abordagem que pode ajudar a tratar os distúrbios do sono associados à menopausa. “Durante essa fase, a mulher vive uma verdadeira tempestade de flutuações hormonais”, enfatiza a especialista. O uso da terapia de regulação hormonal objetiva impedir as grandes flutuações que geram o sono intranquilo.

Muitas mulheres recorrem a medicamentos para insônia, mas a especialista alerta: “Essa situação é igual tapar o sol com triagem: em geral, a causa da insônia não está sendo tratada. Iniciar a rotina significa ir ao alvo do problema, equilibrando o ciclo circadiano e ajustando o relógio biológico”, conclui a ginecologista.

Sair da versão mobile