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Economia “Mercado de trabalho aquecido é um desafio para a inflação”, diz o presidente do Banco Central

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. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o mercado de trabalho apertado tornou a tarefa de controlar a inflação um desafio, já que o processo para reduzir as pressões de preços para trazer a inflação de volta à meta tem sido mais lento do que o previsto.

“Tem sido desafiador promover um processo de desinflação com o mercado de trabalho aquecido, especialmente em mercados emergentes como o Brasil”, disse Campos Neto.

A fala aconteceu nesse sábado (24) durante a conferência anual do Kansas City Fed em Jackson Hole, Wyoming. Campos Neto também disse que os aumentos de preços ao consumidor estão acelerando em toda a América Latina.

“O Brasil sempre teve um histórico de inflação mais alta do que os outros mercados emergentes, mas estamos em um momento em que o processo de desinflação está paralisado” disse, acrescentando que parte disso “tem a ver em como você continua esse processo com aperto trabalhista?”.

O Banco Central brasileiro manteve os juros em 10,5% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no fim de julho, após pausar um ciclo de flexibilização de quase um ano em junho. A inflação anual atingiu o limite da meta em julho, de 4,5% em 12 meses, e os indicadores de atividade superaram as estimativas. Além disso, os banqueiros centrais têm monitorado o mercado de trabalho em busca de sinais de novas pressões de preços à medida que os custos dos serviços aumentam.

Os programas de transferência do governo, antes usados para amenizar os impactos da pandemia no mercado de trabalho, aumentaram ultimamente, disse Campos Neto. No entanto, a melhora das expectativas sobre a perspectiva fiscal do país ajudou a reduzir as taxas de juros do Brasil no passado, apoiando a ideia de que quanto mais coordenadas as políticas fiscais e monetárias forem, “mais eficaz você será”, ele acrescentou.

Os banqueiros centrais em todo o mundo “precisam entender que a inflação está convergindo, mas o processo teve um custo significativo para a sociedade”, disse ele.

Taxa de juros

Em uma série de discursos públicos nesta última semana, muitos membros do BC, incluindo Campos Neto, disseram que continuam dependentes de dados e se abstiveram de dar orientação sobre a trajetória das taxas de juros. Campos Neto disse que a inflação do Brasil deve desacelerar nos próximos meses, acrescentando que o banco está disposto a aumentar a Taxa Selic, se for necessário.

Ainda assim, analistas e um número crescente de economistas esperam que o Banco Central reverta a posição e comece a elevar os juros já no próximo mês.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou os altos custos dos empréstimos como um obstáculo ao crescimento, deverá indicar em breve o nome do substituto de Campos Neto antes do mandato do atual terminar em dezembro.

O diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado por Lula e cotado para se tornar o próximo presidente do BC, disse esta semana que um aumento está na mesa para a próxima decisão sobre a taxa de juros em setembro.

Analistas consultados pelo Banco Central preveem que os aumentos de preços ao consumidor permanecerão acima da meta de 3% até pelo menos 2027. As informações são da agência de notícias Bloomberg.

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https://www.osul.com.br/mercado-de-trabalho-aquecido-e-um-desafio-para-a-inflacao-diz-o-presidente-do-banco-central/ “Mercado de trabalho aquecido é um desafio para a inflação”, diz o presidente do Banco Central 2024-08-24
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