Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de outubro de 2016
O mercado financeiro não só continua acreditando que a meta de déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública) do ano que vem não será atingida, como também aumentou sua estimativa para o rombo das contas públicas em 2017.
Segundo pesquisa conduzida pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda com economistas de bancos em setembro deste ano, divulgada nesta quinta-feira (13), o governo central – composto pela União, Previdência e Banco Central – deverá registrar um déficit primário de R$ 159,88 bilhões neste ano e de R$ 145,38 bilhões em 2017.
A estimativa do mercado colhida em setembro para 2016 representa uma pequena queda em relação ao boletim divulgado pelo Ministério da Fazenda no mês passado, relativo ao levantamento realizado em agosto com o mercado financeiro. Naquele momento, a previsão das instituições financeiras era de um rombo fiscal de R$ 160,37 bilhões neste ano.
Para 2017, porém, a previsão – que já estava acima da meta – registrou aumento. Em agosto, as instituições financeiras que participaram da pesquisa estimaram um rombo de R$ 140,15 bilhões para o ano que vem.
Metas fiscais
Para 2016, o governo já enviou e conseguiu aprovar no Congresso uma meta de déficit fiscal de até R$ 170,5 bilhões que, se confirmado, será o pior resultado da série histórica, iniciada em 1997. Para 2017, o governo propôs que as despesas superem as receitas com impostos em até R$ 139 bilhões. Nesse caso, o valor ainda não foi aprovado pelo Legislativo.
Ajuste fiscal
A estimativa para o rombo fiscal para 2017 dos analistas dos bancos tem crescido diante da ausência de medidas de curto prazo para tentar reequilibrar as contas públicas e da autorização do governo para novas despesas como reajustes para servidores públicos, para o Bolsa Família e para a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física.