Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2020
Previsão ainda está no intervalo previsto pela meta, de 2,5% a 5,5%
Foto: ReproduçãoOs analistas do mercado financeiro subiram a estimativa de inflação para 2020 pela décima sétima semana seguida, que passou a ficar acima da meta central de inflação, de 4%. As expectativas fazem parte do boletim de mercado conhecido como relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (07) pelo BC (Banco Central).
Para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do País, a expectativa do mercado para este ano passou de 3,54% para 4,21%. Com a alta, a expectativa de inflação do mercado para este ano passou a ficar, pela primeira vez, acima da meta central de inflação, de 4%, mas ainda está dentro do intervalo de tolerância existente.
Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% neste ano sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.
A meta de inflação é fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic). No decorrer do ano, com a pandemia do novo coronavírus e a recessão na economia brasileira, o mercado baixou a estimativa de inflação. Nos últimos meses, porém, com a alta do dólar e com a retomada da economia, os preços voltaram a subir.
Em setembro, a inflação oficial do País avançou 0,64%, a maior alta para o mês desde 2003. Em outubro, subiu para 0,86%, a maior desde 2002. Para 2021, o mercado financeiro baixou de 3,47% para 3,34% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Retração da economia
Sobre o comportamento da economia brasileira em 2020, os economistas do mercado financeiro baixaram sua estimativa de tombo do PIB (Produto Interno Bruto) de 4,50% para 4,40% na semana passada. Foi a quinta melhora seguida no indicador.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País e serve para medir a evolução da economia. Na última semana, o mercado subiu de 3,45% para 3,50% a estimativa de expansão do PIB para 2021.
A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão. Nos últimos meses, porém, indicadores têm mostrado uma retomada da economia brasileira.
Taxa básica de juros
Após a manutenção da taxa básica de juros em 2% ao ano no fim de outubro, o mercado segue prevendo estabilidade na Selic neste patamar até o fim deste ano. Para o fim de 2021, a expectativa do mercado permaneceu inalterada em 3% ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alta de juros em 2021.