Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2021
O mercado imobiliário é conhecido por ter vários nichos, com categorias e divisões para os públicos de baixa, média e alta renda. E para cada um deles, há distinções. O de alto padrão costuma sofrer pouco, mas os demais são diretamente impactados em cenários de crise, que podem gerar boas oportunidades de compra, venda e locação ou arrefecer os negócios. Para 2022, a segunda possibilidade é a mais provável.
“Os índices de reajuste de venda e locação estão abaixo da inflação. Mais recentemente, o mercado também começou a lidar com a alta do juro básico e da inflação, que impactam no valor total dos financiamentos e nas parcelas. Não há sinal de que no curto prazo a situação melhore. No máximo, uma ligeira recuperação, mas nada significativo”, explica Jorge Maia Ussan, professor de Ciências Econômicas da FADERGS
O momento é de renda baixa, desemprego em alta e solução para a geração de recursos por meio da informalidade e da criatividade, a fim de garantir o sustento e fugir da inadimplência. Para aquelas pessoas que estão em uma situação estável e buscam por um imóvel, seja para locação ou compra, o conselho é o mesmo: esperar e, enquanto isso, fazer reservas financeiras de médio e longo prazo. “Não é uma boa hora para nem uma coisa, nem outra. Quem é investidor e costuma fazer negócio pensando em lucrar, poderá perder dinheiro. Já quem busca financiamento, pagará ainda mais do que quando as taxas estão mais baixas. E, para quem deseja locar, os índices sinalizam uma volatilidade alta e para cima, a qual a renda não costuma acompanhar”, aconselha Ussan.
Por outro lado, para quem está tentando vender um imóvel, caso haja interessado com poder de compra, o melhor é agarrar a oportunidade e efetivar o negócio, mesmo que na negociação o patrimônio seja um pouco desvalorizado com relação à avaliação. ”Dada a circunstância econômica atual, se for oferecido um valor próximo ao pedido, não dá para esperar que o mercado reaqueça porque não há essa perspectiva. Aproveitar a chance é o melhor”, acredita.
De acordo com o professor, a procura por casas mais afastadas dos centros, ocasionados pela covid-19, seguirá como tendência de pós-pandemia, visto que o modelo de trabalho híbrido está sendo adotado pelas empresas. Porém, trata-se de uma condição específica das classes A e B, não refletindo a realidade do setor. Nas locações, é o inverso, há grande rotatividade apenas em imóveis de custo baixo. “São movimentos isolados, não podem ser classificados como mercado em alta, isso é o indicador que mostra, e ele aponta que a demanda não está grande, nem subindo e sequer acompanhando a inflação”, completa.