Terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2017
A Sumiyoshi, de Mogi das Cruzes (SP), que sempre gostou de cachorros, decidiu unir o útil ao agradável depois que começou a faculdade. Ao perceber que as roupas para cães tinham pouca qualidade decidiu criar uma grife para pets em parceria com a mãe.
Já a costureira Suzy Esteves, que já trabalhava com peças para crianças, decidiu ampliar seu público-alvo e, depois de estudar a anatomia para cães, criou um maiô para cães. O conhecimento de Suzy veio de um curso de moda pet oferecido gratuitamente pela Prefeitura de Mogi e que tem sido bastante procurado. Muitas pessoas querem entrar nesse mercado que, apesar da crise, continua em crescimento. Em 2016, o faturamento do segmento aumentou 5,7%, segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação).
No Alto Tietê, são 643 estabelecimentos focados no segmento pet e, segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), os empreendedores estão percebendo que é preciso diversificar. Mônica Lemes Padovani, consultora de marketing do Sebrae no Alto Tietê, avalia que esse mercado está se diversificando. Ela diz que já recebeu empreendedores que estão investindo em produtos diferenciados, como pingentes e roupas mais elaboradas para pets. “A roupa para animais de estimação já existe e é bem básica, contando ainda com capa e cobertor. O mercado é bacana, mas é preciso analisar antes de se aventurar.”
Leticia Mari Sumiyoshi Montenegro, de 21 anos, teve contato em 2009 com a confecção de roupas quando a mãe se dedicava à fabricação de vestuário para cães. Depois de pesquisar o mercado, ela decidiu apostar na moda pet. “Eu sempre gostei de cachorro e queria trabalhar na área de criação. Eu tenho uma cachorra e percebia que as roupas não tinham qualidade. Quando fui fazer faculdade de moda comecei a reparar em tudo. E na época fui pesquisar e descobri que o Brasil mesmo com crise foi o país que mais cresceu no mercado pet.”
Leticia chamou a mãe para trabalhar junto com ela e, desde o ano passado, as empreendedoras trabalham no desenvolvimento de uma linha para cães. As roupinhas vêm anexadas a uma coleira para garantir o conforto. “Primeiro pensamos em modelagem. Isso porque não achava as medidas certas para as peças, pois cada cachorro tem uma forma e tamanho. Depois de muita pesquisa criamos uma modelagem própria e fizemos peças pilotos. Algumas refizemos por causa do tecido e fomos evoluindo até as peças finais. Quando comecei no ano passado buscava uma grife para cachorros que ainda não existe no Brasil. É uma coleção pensada para o público A-B que é mais seletivo. Eu tenho amigos que compram grife, mas ainda não tem grife para cachorro no Brasil”, explica Letícia.
A grife já tem um site e páginas em redes sociais, mas as vendas iniciais são feitas para conhecidos das empreendedoras. Há dois meses elas estão vendendo as peças. “O público tem aceitado bem as roupas. Minha mãe vende as peças para clientes, embora o site já esteja no ar e funcione ainda como um canal de contato com os clientes.” As peças, embora voltadas para as classes A e B, tiveram os custos reduzidos para alcançar um número maior de clientes, afirmam as empreendedoras. Os valores dos produtos da coleção variam de R$ 69 até R$ 129.
Mercado pet
Segundo a Abinpet, as projeções mais recentes, com base nas informações coletadas de janeiro a setembro de 2016, indicavam que o mercado pet nacional deveria chegar a R$ 19 bilhões em faturamento, crescimento de 5,7% em relação a 2015, quando fechou o ano em R$ 18 bilhões.
A entidade destacou que o pet food é o principal segmento da indústria nacional em faturamento, respondendo a 67% do total, e totalizando estimadas 2,59 milhões de toneladas produzidas em 2016. Em seguida vem o pet Serv (serviços), com 16,4%; pet care (equipamentos, acessórios, produtos de higiene e beleza animal), com 8,2% e pet vet (medicamentos veterinários), com 7,8% do faturamento total do mercado.
Mesmo enfrentando turbulências, a Abinpet destacou que o Brasil ainda é um dos principais países do mercado pet mundial situando-se em terceiro lugar, e representando 5,3% de um total de US$ 102,2 bilhões até setembro de 2016.
(AG)