Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2017
Pela sétima semana seguida, o mercado reviu para baixo a previsão para a inflação em 2017. Os analistas do mercado financeiro reduziram sua estimativa de inflação para este ano, com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), de 4,47% para 4,43% na semana passada. As expectativas dos analistas do mercado financeiro foram coletadas pelo BC (Banco Central) na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (20) por meio do relatório de mercado.
Com isso, o mercado financeiro estimou que a inflação ficará abaixo da meta central de inflação deste ano, fixada em 4,5% pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), e que o objetivo central será atingido. Na semana passada, o mercado já tinha estimado que a meta seria cumprida.
A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. Naquele momento, o país ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional de forma mais intensa, que acabou se espalhando pelo mundo. A piora da crise financeira veio após o anúncio de concordata do banco norte-americano Lehman Brothers, em setembro de 2008.
Pelo sistema de metas de inflação vigente, a meta não pode ser considerada formalmente descumprida quando o IPCA fica dentro do intervalo de tolerância – que, para 2017, é de 1,5 ponto percentual. Neste caso, a inflação pode oscilar entre 3% e 6%. A inflação já havia ficado dentro do intervalo no ano passado – após ter sido descumprida em 2015 ao superar a barreira dos 10%.
A previsão de que a meta central será atingida neste ano está relacionada com o baixo nível de atividade. O Brasil passa por um período de forte recessão, embora indicadores comecem a apontar para uma melhora do nível de atividade nos últimos meses. Mesmo assim, o desemprego e a inadimplência permanecem altas.
Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação permaneceu estável em 4,50%. O índice está em linha com a meta de inflação do período (4,5%) e também abaixo do teto de 6% para o ano que vem.
PIB, taxa de juros e câmbio
Para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2017, o mercado financeiro manteve a previsão de um crescimento de 0,48% – mesma expectativa da semana anterior. Para 2018, os economistas das instituições financeiras mantiveram em 2,30% sua estimativa de expansão do PIB.
O mercado financeiro manteve sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 9,50% ao ano no fechamento de 2017. Atualmente, os juros estão em 13% ao ano. Para o fechamento de 2018, a estimativa os economistas dos bancos para taxa Selic continuou 9% ao ano. Com isso, estimaram que o processo de corte dos juros terá continuidade no ano que vem.
Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2017 recuou de R$ 3,36 para R$ 3,30. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para o dólar caiu de R$ 3,49 para R$ 3,40. (AG)