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Economia Mercado vê taxa básica de juros, a Selic, a 14% em 2025, após forte alta na semana passada e previsão do Banco Central de mais aperto

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O BC acelerou o ritmo de aperto na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano.(Foto: Agência Brasil)

Após a alta da Selic em um ponto percentual na semana passada, analistas de mercado passaram a projetar a taxa de juros em 14% no ano que vem e revisaram as estimativas de inflação para 2024 e 2025. É o que mostra o Boletim Focus, divulgado nessa segunda-feira (16)pelo Banco Central (BC).

O BC acelerou o ritmo de aperto na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano. Elevou a taxa Selic em um ponto percentual, a 12,25% ao ano, e informou que haverá mais duas altas da mesma magnitude em 2025.

A previsão dos analistas na semana passada era que a Selic encerraria o ano que vem a 13,5%. A ata da reunião do Copom será divulgada nesta terça-feira (17).

O maior aperto dos juros se deve à incerteza sobre as medidas fiscais anunciadas pelo governo. Elas precisam ser aprovadas ainda neste ano para entrarem em vigor no ano que vem.

Mais sobre inflação

A estimativa de inflação deste ano foi revisada para 4,89%, ante 4,85% da leitura da semana anterior. Para 2025, a projeção foi elevada de 4,59% para 4,60%.

A previsão para o câmbio encostou em R$ 6 para este ano: saiu de R$ 5,95 para R$ 5,99. Para 2025, o dólar deve ceder um pouco na avaliação dos analistas, recuando para R$ 5,85. Ainda assim, a cotação está acima da prevista anteriormente (R$ 5,77).

A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi elevada a 3,42% para 2024, ante 3,39%. Para o ano que vem, ficou estável.

Economistas comentam

Ao comentar o aumento de 1 ponto porcentual na taxa básica de juro da economia (a Selic), para 12,25% ao ano, na quarta-feira (11), os economistas de alguns dos principais bancos privados do País reforçaram que o Comitê de Política Monetária (Copom) demonstrou estar fazendo a sua parte. Porém, ainda há incerteza se essa elevação no juro, embora alta, e as próximas já sinalizadas serão suficientes para o controle da inflação.

Ao economista-chefe do Banco Itaú, Mario Mesquita, ex-diretor do Banco Central, chamou a atenção o comunicado do Copom não ter destacado que a decisão foi unânime. Por isso ele levanta a possibilidade de dissenso entre os integrantes do comitê, apesar de todos terem votado pelo aumento de 1 ponto porcentual.

“Curiosamente, embora todos os membros do conselho tenham votado pelo aumento de 100 p.b. (1 ponto porcentual), o texto não mencionou que a decisão foi unânime”, afirma Mesquita, em relatório. “Isso, em nossa opinião, levanta a possibilidade de que não houve consenso sobre a sinalização.”

Segundo Mesquita, é possível, “embora menos provável”, que alguns integrantes do Copom tenham optado “por um ritmo diferente de aumento”, talvez de 0,75 ponto porcentual, “mas acabaram apoiando a maioria para minimizar ruídos”.

O Bradesco avalia que a sinalização do Copom de Selic a, no mínimo, 14,25% no começo de 2025 é maior do que a projeção atual do banco, o que fará com que haja uma reavaliação do cenário nos próximos dias. O banco lembra ainda que o movimento na Selic, de alta de 1 ponto porcentual, veio em linha com o precificado na curva de juros, mas ficou acima dos 0,50 ponto porcentual estimado pelo banco. As informações são do jornal O Globo.

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