Terça-feira, 07 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de julho de 2020
Entre 2.000 e 3.000 manifestantes participaram de uma marcha “política” do Orgulho Gay no sábado (4) em Paris, uma semana depois da data programada para a celebração oficial. A manifestação original foi cancelada devido ao coronavírus.
Uma multidão jovem e multicultural saiu da Praça Pigalle, no bairro de Montmartre, atrás de um caminhão e exibindo uma faixa com o slogan “Nosso orgulho é político”. Entre bandeiras de arco-íris, cabelos coloridos e roupas de drag queen, outras palavras de ordem eram “transfobia mata”, “por uma presidente lésbica” ou “meu corpo, meu gênero, cale a sua boca”.
Sem carros alegóricos ou música, o encontro deste sábado foi mais político do que festivo. A marcha oficial do Orgulho Gay estava prevista para 27 de junho na França, mas foi adiada para 7 de novembro devido à proibição de concentrações de pessoas para conter a pandemia de Covid-19.
Apenas Taiwan, pouco atingida pelo coronavírus, manteve a programação de protestos. Ainda assim, várias associações LGBT francesas marcaram um protesto improvisado para este fim de semana.
Ameaça de retrocessos
“É importante celebrar o orgulho da mesma forma”, afirmou a participante Emma Vallée-Guillard. “O orgulho, originalmente, foi uma revolta”, lembra a jovem de 22 anos, referindo-se aos distúrbios de Stonewall, em Nova York, em 1969, desencadeados por uma batida policial em um bar frequentado por gays e que resultou na primeira marcha pela causa.
“O perigo de retrocessos de nossos direitos fundamentais está muito presente e a epidemia serviu para revelar múltiplos fatores de exclusão, discriminação e violência”, afirmou Giovanna Rincon, diretora da associação Acceptess-T, que defende pessoas trans.
O ano de 2020 marca o 50º aniversário do Orgulho Gay, mas devido ao contexto da pandemia, centenas de marchas pelo mundo foram canceladas ou adiadas.
São Paulo
A 24ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) de São Paulo foi adiada para o dia 22 de novembro após a pandemia provocada pelo coronavírus. A festa, que é considerada o maior evento LGBT do mundo, estava prevista para ocorrer no dia 14 de junho.
A diretoria da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo decidiu alterar por risco de proliferação da doença por causa da aglomeração de pessoas e da quantidade de estrangeiros que visitam o país nesta época para participar do evento. O governador João Doria (PSDB) também proibiu a realização de eventos com mais de 500 pessoas após o aumento de casos.
Em 2019, o evento realizado na Avenida Paulista reunião cerca de R$ 3 milhões de pessoas e movimentou R$ 403 milhões. Segundo levantamento feito pela Secretaria Municipal de Turismo, a Parada de 2019 também registrou aumento de 78% no número de visitantes em relação a 2017, último ano de estudo.
O gasto médio do turista aumentou de R$ 1.112 em 2017, para R$ 1.634 em 2019, o que representa alta de 46,9%.