Segunda-feira, 21 de abril de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Mesmo com a roubalheira na Petrobras e o preço dos combustíveis nas alturas, uma pesquisa indica que a privatização da estatal é rejeitada por 55% dos brasileiros

Compartilhe esta notícia:

(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Estopim da crise provocada pela paralisação dos caminhoneiros e no centro do debate sobre a greve de 72 horas deflagrada nessa quarta-feira pelos petroleiros, a Petrobras continua sendo uma espécie de “vaca sagrada” entre as estatais brasileiras.

Segundo uma pesquisa do Instituto Datafolha, 55% dos brasileiros são contrários à privatização da petroleira. Para um número ainda maior, 74%, a empresa não deveria ser vendida para grupos estrangeiros em hipótese alguma.

No caminho contrário, 30% concordam com a privatização da petroleira, embora só 17% aceitem que ela venha a ficar em mãos de estrangeiros. Não sabem opinar sobre a privatização 13%, e sobre o controle estrangeiro, 8%. São indiferentes, respectivamente nesses itens, 2% e 1%.

O Datafolha ouviu por telefone 1,5 mil adultos na terça-feira, em todas as Regiões do País. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Em dezembro do ano passado, o Datafolha havia identificado 70% de rejeição à venda da estatal, mas o dado não é diretamente comparável com o do levantamento atual porque as pesquisas tiveram por base diferentes metodologias.

Ideologicamente, o embate PT e PSDB ainda mostra a polarização que regeu a alternância de políticas relacionadas à estatal durante os mandatos do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016).

Os tucanos se dividem: 49% são contra, mas 48% a favor de vender a petroleira. Já os petistas mantém sua posição estatista: 64% não aceitam a privatização, contra 28% que sim.

A política de preços da Petrobras para o óleo diesel está no centro do movimento dos caminhoneiros que começou no dia 20 de maio e provocou uma onda de desabastecimento de combustíveis, alimentos e insumos pelo País.

Mudança de rota

Após anos de pesado intervencionismo durante o governo de Dilma Rousseff (2011-2016) e com a imagem combalida pelos escândalos revelados no “petrolão”, a gestão de Michel Temer instalou o executivo Pedro Parente à frente da empresa em 2016, primeiro ano do emedebista no comando do Palácio do Planalto.

Ligado ao PSDB, Parente promoveu uma recuperação da imagem e do valor de mercado da empresa. Alinhou os preços praticados pela empresa com o mercado externo, desfazendo os congelamentos que levaram ao endividamento da estatal sob o PT.

A fórmula enfrentou problemas neste ano, com o aumento do barril do petróleo após anos de baixa. Isso decorreu de tensões geopolíticas como o recrudescimento da relação entre Estados Unidos e Irã, além de cortes de produção de países como Arábia Saudita e Rússia, buscando equilibrar seus orçamentos.

Isso tudo, somado à alta do dólar que o País paga pelo diesel importado, levou a aumentos sucessivos ao produto – 11 reajustes em 17 dias ao longo do mês de março. Os caminhoneiros então organizaram a sua greve, com os efeitos conhecidos, e a pressão pela saída de Parente da empresa só fez crescer. Políticos, mesmo tucanos, começaram a pedir sua cabeça.

Desde o começo da crise, a Petrobras perdeu cerca de um terço de seu valor em Bolsa. O governo diz que vai manter Parente, apesar de ter cedido com congelamento temporário do preço do diesel. Há pressões para ao menos incluir na política de preços medidas compensatórias que aliviem o impacto da variação da commodity na bomba de combustível.

Aproveitando a repercussão da paralisação dos caminhoneiros, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) resolveu iniciar uma greve nessa quarta-feira. Na pauta, a remoção de Parente, a mudança na política de preços e o fim da política de venda de ativos da estatal promovida pela atual gestão para melhorar sua competitividade.

Instado pelo governo federal, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) decidiu que a greve é ilegal e estipulou uma multa diária de R$ 500 mil ao sindicato, que é ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e ao PT. Por ora, os petroleiros dizem que manterão a paralisação até o fim.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

A Petrobras descarta que a greve dos petroleiros tenha impacto sobre a produção de combustíveis no País
O litro do diesel deverá estar R$ 0,46 mais barato nos postos a partir desta sexta
https://www.osul.com.br/mesmo-com-a-roubalheira-na-petrobras-e-o-preco-dos-combustiveis-nas-alturas-uma-pesquisa-indica-que-a-privatizacao-da-estatal-e-rejeitada-por-55-dos-brasileiros/ Mesmo com a roubalheira na Petrobras e o preço dos combustíveis nas alturas, uma pesquisa indica que a privatização da estatal é rejeitada por 55% dos brasileiros 2018-05-30
Deixe seu comentário
Pode te interessar