A fabricante alemã de veículos Volkswagen anunciou uma pausa na produção de três das quatro unidades da empresa no Brasil (São Bernardo do Campo-SP, Taubaté-SP e São José dos Pinhais-PR). De acordo com informações divulgadas pela companhia, o motivo da paralisação é a “estagnação do mercado”.
Embora tenha ajudado os consumidores no período de desconto, a medida do governo não incluiu as locadoras, pois elas acabariam comprando todo o estoque e o consumidor não seria beneficiado. Entretanto, as locadoras decidiram parar de comprar nesse período, o que acabou afetando as vendas do mesmo jeito.
Em Taubaté, cidade localizada no interior paulista e onde é produzido o veículo Polo Track, os dois turnos estão interrompidos até esta sexta-feira (30).
Já na fábrica de São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), que teve lay-off de dois a cinco meses em um turno desde 5 de junho, o segundo turno também para até o dia 30, afetando a produção do veículo T-Cross.
Já na unidade de Anchieta, no ABC paulista, serão concedidos dez dias de férias coletivas a partir de 10 de julho, afetando a produção dos modelos Polo, Nivus, Virtus e Saveiro.
Conforme o site AutoData, os sindicalistas de Taubaté e de Curitiba elogiaram a medida do governo, mas criticaram a manutenção da alta taxa de juros pelo Banco Central.
“As medidas foram importantes, mas precisavam ser complementadas com a redução da taxa de juros”, disse o presidente do Sindmetau, de Taubaté, Claudio Batista ao AutoData. “Infelizmente não ocorreu. Este índice de 13,75% dificulta a situação do setor automobilístico e a venda de produtos financiados.”
“Há algum tempo a gente vem protestando na porta das fábricas contra a alta taxa de juros, pois, se o crédito não for viabilizado, o consumo não aumentará, mesmo com a medida do governo de dar descontos nos carros”, afirmou o secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Jamil D’Avila, ao AutoData.
Programa do governo
Lançado no último dia 5, o programa já disponibilizou quase 90% do total de recursos. Segundo painel do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), até a última sexta-feira (23), já foram liberados R$ 420 milhões para as montadoras, o que representa quase 90% do total previsto, de R$ 500 milhões.
Os créditos solicitados são convertidos em descontos para o consumidor na compra de carros com valor de mercado até R$ 120 mil. Os descontos patrocinados pelo governo vão de R$ 2.000 a R$ 8.000, mas muitas empresas têm aplicado margens maiores por conta própri
No dia 20 deste mês, o ministério decidiu prorrogar por 15 dias o prazo para a compra de carros com desconto para pessoas físicas.
Atualmente, o programa subsidia a compra com desconto de 266 versões de 32 modelos de automóveis. Ao todo, nove montadoras aderiram ao programa, sendo: Renault, Volkswagen, Toyota, Hyundai, Nissan, Honda, GM, Fiat e Peugeot.
Os descontos patrocinados pelo governo vão de R$ 2.000 a R$ 8.000 e são válidos para veículos novos com preço de mercado de até R$ 120 mil. As montadoras podem aplicar descontos adicionais por conta própria, como vem ocorrendo.
No caso de caminhões e ônibus, os descontos vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil. As montadoras ampliaram a oferta de carros mais baratos no programa de descontos do governo federal, lançado pelo MDIC em 5 de junho.