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Mundo Mesmo com o passaporte retido, Bolsonaro diz que vai aos Estados Unidos para a posse de Donald Trump

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Afirmação foi feita em transmissão durante corte de cabelo. (Foto: Reprodução)

Atualmente com o passaporte retido e a proibição de deixar o Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretende comparecer à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro. O comentário foi transmitido neste fim de semana, nas redes sociais de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo de seu governo (2019-2022).

Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal (PF), recentemente, no âmbito do inquérito que apura tentativa de golpe de Estado. Ele tem criticado publicamente a decisão. Falando a seguidores enquanto seu cabelo e barba eram aparados em um salão, ironizou a própria situação.

“Estão dizendo que vão abrir um inquérito contra o senhor agora porque a sua barba está grande”, provocou o ex-ministro, ao ler comentários de internautas. O político do PL respondeu: “É possível… Estou querendo me disfarçar para poder andar aí pelo Brasil. Mas na posse do Trump eu tiro a barba, pode deixar”.

O passaporte do ex-presidente foi apreendido pela PF, em fevereiro, como medida cautelar em meio às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a medida é necessária para evitar fuga durante o andamento das apurações. Bolsonaro chegou a pedir a devolução do documento, sem êxito.

Essa não tem sido a única manifestação de Bolsonaro com viés “negacionista” no que se refere à sua situação. Aos longo dos últimos meses, ele também tem afirmado que pretende concorrer novamente ao Palácio do Planalto em 2026, mesmo estando inelegível até 2030 – a decisão é de junho de 2023, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o condenou por conduta irregular no exercício da Presidência da República.

Relatório

A PF concluiu que membros do governo do então presidente Jair Bolsonaro – incluindo o próprio – conspiraram trataram de um golpe de Estado, no final de 2022. O período se situa entre a derrota dele nas urnas e a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro.

Os detalhes da trama golpista apurados pela corporação constam em relatório enviado ao STF, que deve remetê-lo à Procuradoria-Geral da República (PGR). É possível que isso seja feito já nesta segunda-feira (25).

As investigações chegaram a 37 pessoas que teriam incorrido nos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Na lista estão o presidente Jair Bolsonaro e nomes do seu entorno, como os ex-ministros Anderson Torres, Walter Braga Neto e Augusto Heleno (estes dois ligados ao Exército).

A corporação preparou um material que fontes internas defendem como “robusto”. O conteúdo detalha a conduta de cada envolvido nos bastidores dos últimos dias do governo Bolsonaro para viabilizar uma virada-de-mesa contra o resultado da eleição.

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