Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de julho de 2022
Com o avanço da tecnologia, o mercado de trabalho vem sofrendo grandes mudanças. E com isso, é preciso ficar de olhos nas novas profissões do futuro.
Entre novembro de 2020 e novembro de 2021, anúncios de emprego que mencionam “Metaverso” aumentaram em 1.042% de acordo com o site de empregos Indeed. E como será trabalhar em tempo integral, em um mundo paralelo, onde a realidade física e a virtual se associam?
O especialista em comportamento, Marcel Scalcko, fundador e CEO do Grupo Scalco, empresa de consultoria em gestão para alta performance e de treinamentos comportamentais, alerta que para atuar nesse novo mercado de trabalho é necessário autoconhecimento e inteligência emocional.
“A nossa realidade é feita de dor, de exigências e de muito trabalho. É uma tendência do ser humano tentar aliviar a dor. Na medida que temos a possibilidade de viver uma realidade paralela, totalmente virtual, onde eu posso idealizar quem eu sou, fantasiar o meu comportamento, construir um personagem, corro um risco de perder a minha verdadeira identidade. É claro que estamos falando daquelas pessoas que ficam muitas horas conectadas”, analisa Scalcko.
Uma pesquisa realizada, este ano, pela empresa Gartner, descobriu que, para se antecipar a essa migração para o Metaverso, as marcas já estão construindo a infraestrutura necessária para permitir que seus usuários repliquem suas vidas digitalmente.
O especialista em gestão comportamental ressalta que os atores, por exemplo, quando vivem personagens muito intensos, algumas vezes, precisam passar por um processo terapêutico para que eles não se confundam com o personagem. Isso para que consigam dissociar o que faz parte do papel que ele interpreta, e o que é seu.
“Há pessoas, hoje, que estão comprando carro e roupas, adquirindo terrenos, participando de festas, tudo isso, no Metaverso. Vivendo o tempo todo feliz. Até 2026, 25% das pessoas vão passar pelo menos 1 hora por dia no Metaverso para fins de trabalho, compras, educação, socialização e entretenimento, de acordo com uma pesquisa do Instituto Gartner. Imagina essa mesma pessoa exercendo sua atividade profissional, passando ainda mais tempo nesse universo. Se não tiver um profundo autoconhecimento, ela pode comprometer sua saúde mental”, diz Marcel.
Nesse caso, a principal dica do especialista é se preparar para esse novo mercado de trabalho, não apenas tecnicamente, mas emocionalmente. “A medida que eu aprofundo a minha consciência, de quem eu sou, acesso a verdade. Assim, consigo com mais facilidade ocupar papéis na vida, sem um comprometimento mental”.
Ele cita algumas ferramentas para essa preparação: terapia, mentorias, imersão de autoconhecimento, entre outras. Marcel Scalcko afirma que com essas ferramentas, o profissional vai adquirir segurança, equilíbrio, ponderação e conseguirá voltar para sua vida real, para ser quem realmente é, com domínio de suas emoções.
“Viver num espaço sem barreiras impacta as relações de trabalho e as sociais, para o bem e para o mal. No Metaverso, a pessoa pode se conectar com mais pessoas, experimentar uma sensação de mais liberdade, de mais abundância, se sentir mais livres e emponderado para ir mais longe. Por outro lado, temos o risco de perder o senso do aqui e agora, do afeto com as pessoas.”