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“Meu filho não é terrorista”, diz mãe de rapaz preso em São Paulo suspeito de ligação com o Estado Islâmico

Vitor Magalhães dá aula de árabe pela internet (Foto: Reprodução/YouTube)

A mãe do funileiro Vitor Magalhães, preso por suspeita de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) nesta quinta-feira (21), disse que o filho irá provar que é inocente. “Ele não é terrorista”, disse Rosemeire Barbosa, de 45 anos. Outras três pessoas foram detidas em cidades de São Paulo e mais seis em diferentes estados.

Conhecido como Vitor Abdullah, o jovem de 23 anos é casado, tem dois filhos (um de 5 e outro de 2 anos) e trabalha com o pai em uma oficina em Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo seus parentes, Magalhães se converteu ao islamismo há seis anos e, após ganhar uma bolsa de estudos, viajou para o Egito para aprender árabe.

“Ele sempre foi um orgulho para mim. Desde que nasceu. Sempre foi muito inteligente e sempre se interessou em aprender outras línguas”, afirmou Rosemeire.

Após passar seis meses no Egito, ele voltou ao Brasil e começou a ensinar a língua a interessados em redes sociais, como Facebook e WhatsApp. Ele chegou a publicar vídeos no YouTube com dicas sobre árabe.

Na manhã desta quinta, por volta das 6h, a mãe de Magalhães foi surpreendida por cinco agentes da PF na porta de sua casa, em Guarulhos, com um mandado de prisão contra ele. Como o jovem e sua família moram perto da casa de seus pais, Rosemeire levou os policiais até lá.

A mulher de Magalhães, Larissa Rodrigues, 22 anos, disse que seu marido não resistiu à prisão e até permitiu que os agentes vistoriassem sua casa. Os policiais teriam levado um computador e um e-book.

Os pais conversaram com ele momentos antes de o jovem ser levado ao aeroporto de Cumbica. “Ele não deve nada. Ele disse para eu ficar tranquila que ele vai provar sua inocência”, disse a mãe do jovem.

O pai de Magalhães, o também funileiro Francisco Sandoval Magalhães, de 49 anos, disse não ter entendido o motivo da prisão. “Para ser sincero, não sei porque ele foi preso. O que o Vitor faz é trabalhar. Ele tem dois filhos para criar. Trabalha e estuda. De repente a polícia vem e pega ele? Não sei de nada de errado que ele faz”, disse.

Para a mãe do jovem, o que levou a PF a prendê-lo foi o fato de seu filho ter sido citado em reportagem da revista “Veja” sobre terrorismo. Ele aparece em uma foto com uma bandeira com palavras em árabe.

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