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Mundo “Meus filhos escorregaram de minhas mãos”, diz pai de menino sírio morto

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Foto do menino sírio de 3 anos que foi encontrado morto em uma praia da Turquia se tornou símbolo do sofrimento dos imigrantes que querem chegar à Europa. (Foto: Nilüfer Demir)
Abdullah Kurdi também perdeu também a mulher  no naufrágio e desistiu de sair de seu país. (Foto: Reprodução)

Abdullah Kurdi também perdeu a mulher no naufrágio e desistiu de sair de seu país. (Foto: Reprodução)

O pai de Aylan Kurdi, o menino sírio de 3 anos que foi encontrado morto em uma praia da Turquia e cuja foto se tornou uma das mais representativas da crise migratória na Europa, falou nesta quinta-feira (03) sobre a tragédia. Abdullah Kurdi perdeu também a mulher, Rihan Kurdi, 35,  e o outro filho, Galib Kurdi, 5, no naufrágio. “Meus filhos escorregaram das minhas mãos”, disse à agência de notícias turca Dogan.

“Tínhamos jalecos salva-vidas, mas o barco afundou porque várias pessoas se levantaram. Carreguei a minha mulher nos braços. Mas meus filhos escorregaram das minhas mãos”, contou ele. Abdullah disse que a família pagou para atravessar da Turquia para a ilha grega de Kos duas vezes.

“Numa delas, os guardas nos pararam. Aí, fomos libertados. Da segunda vez, os organizadores não cumpriram com a promessa e não trouxeram o barco. Então conseguimos um barco por nossos próprios meios”, relatou à agência turca. “Mas, depois de navegarmos 500 metros, começou a entrar água no barco. Nossos pés ficaram molhados. Criou-se um pânico, e quando as pessoas tentaram ficar de pé, a situação piorou”, disse. Kurdi e a família tentavam reencontrar parentes no Canadá, embora o pedido de asilo tivesse sido negado, de acordo com o site National Post.

Família lutou contra o Estado Islâmico.

Após o naufrágio, Kurdi  ligou para a irmã, que mora na cidade canadense de Vancouver há 20 anos, e disse que seu único desejo é voltar para a cidade de Kobane para enterrar seus familiares e ser enterrado ao lado deles. De acordo com ele, 16 membros de sua família que combatiam o grupo jihadista EI (Estado Islâmico) morreram na sua cidade natal.

Depois que o naufrágio se tornou público, o Canadá ofereceu asilo a Kurdi, mas ele  rejeitou a oferta. “Depois do que aconteceu não quero ir. Vou levá-los primeiro a Suruç [cidade turca na fronteira com a Síria] e depois a Kobane, na Síria. Passarei o resto da minha vida lá”, garantiu.

Sofrimento.

O sírio fez um apelo à comunidade internacional que faça o possível para evitar sofrimentos como o seu.  “Quero que o mundo inteiro nos escute e veja onde chegamos tentando escapar da guerra. Vivo um grande sofrimento. Faço esta declaração para evitar que outras pessoas vivam o mesmo”, alertou Kurdi em entrevista na cidade turca de Mugla.

Teema Kurdi, irmã dele, disse ao National Post que o pedido de refúgio havia sido negado em junho pelo Ministério da Cidadania e da Imigração do Canadá devido a complicações envolvendo os pedidos de refúgio para estrangeiros.

Cena chocante.

Nilüfer Demir, a fotógrafa que registrou as imagens do corpo de Aylan na praia da Turquia,  também falou sobre o caso.  Ele descreveu que ficou “petrificada” com a cena e contou que também viu Galip, irmão de Aylan, no chão, a 100 metros do local em que estava o menino de 3 anos. “A única coisa que eu poderia fazer era tornar seu clamor ouvido. Naquele momento, eu pensei que poderia fazer isso ao acionar minha câmera e fazer sua foto”, afirmou a fotógrafa.

Naufrágio

Pelo menos nove cidadãos sírios morreram no naufrágio que matou a família de Abdullah Kurdi, segundo agências internacionais de informação – outros veículos citam 12. A tragédia envolveu duas embarcações haviam partido do balneário turco de Bodrum e tentavam chegar à ilha grega de Kos.

A foto do menino morto virou um dos assuntos mais comentados no Twitter e diversos veículos da imprensa internacional a destacaram como símbolo da gravidade da situação, inclusive com potencial para ser um divisor de águas na política europeia para os imigrantes. Nesta semana,  Itália, França e Alemanha assinaram um documento conjunto pedindo pela revisão das atuais regras da União Europeia sobre garantia de asilo e uma distribuição “justa” de imigrantes no bloco, informou o Ministério das Relações Exteriores da Itália. (AG)

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https://www.osul.com.br/meus-filhos-escorregaram-de-minhas-maos-diz-pai-de-menino-sirio-morto/ “Meus filhos escorregaram de minhas mãos”, diz pai de menino sírio morto 2015-09-03
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