Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de outubro de 2022
O governo mexicano pediu que os imigrantes venezuelanos não formem caravanas, dizendo que aqueles que o fizerem deixarão de ser elegíveis para entrar nos Estados Unidos sob um novo esquema humanitário anunciado nesta semana.
De acordo com um plano anunciado na última quarta-feira (12), Washington permitirá que 24 mil imigrantes venezuelanos acessem seu território por via aérea e, ao mesmo tempo, facilitará que as autoridades norte-americanas expulsem para o México aqueles que forem pegos tentando atravessar ilegalmente por terra.
“É importante destacar que marchar em caravana ou transitar irregularmente em território mexicano cancela o processo”, disse um comunicado do Instituto Nacional de Migração do governo mexicano.
A entidade destacou que está em comunicação permanente com as autoridades fronteiriças dos Estados Unidos.
O plano é a mais recente tentativa de conter um número recorde de travessias ilegais na fronteira, impulsionado em parte por um forte aumento de venezuelanos que entram no México tentando chegar ao país vizinho.
Na manhã da última sexta-feira (14), formou-se no sul do México uma caravana de várias centenas de imigrantes, a maioria venezuelanos. Embora tenha se dispersado mais tarde, outras centenas partiram na noite de sexta-feira em grupos menores também com destino aos Estados Unidos.
No sábado (15), funcionários do INM, apoiados pela Guarda Nacional, dispersaram grupos de imigrantes que tentavam sair do Estado de Chiapas, no sul da fronteira, para a vizinha Oaxaca, onde os venezuelanos estão se reunindo para obter permissões de trânsito, disse uma fonte do órgão.
Número recorde
Segundo o Serviço de Migração do Panamá, houve um crescimento impressionante de 6.690% de venezuelanos atravessando o Darién quando comparados os dados de janeiro a setembro do ano passado e o mesmo período deste ano: de 1.586 para 107.692. No ano passado inteiro, os venezuelanos somaram 2.819.
Desde 2015, mais de 6,8 milhões de venezuelanos deixaram o país, segundo a ONU, rumo, principalmente, a outros países sul-americanos. Mas o agravamento da instabilidade econômica em toda a região levou aqueles que já haviam conseguido se estabelecer financeiramente em países como Colômbia e Equador a tentar a sorte nos EUA. Não por acaso, o número de venezuelanos apreendidos na fronteira Sul dos EUA bateu níveis recordes nos últimos meses.
Entre as causas citadas por Giuseppe Loprete, chefe da Missão da Organização Internacional para as Migrações (OIM) no Panamá, estão o impacto socioeconômico da pandemia e as tensões nas cadeias de suprimentos globais, causadas pela guerra na Ucrânia.