Em viagem à China, o presidente Michel Temer afirmou neste sábado (2) que não antecipará o retorno dele ao Brasil.
Na sexta-feira (1°), o presidente havia cogitado antecipar o retorno em razão da expectativa no mundo político de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar até a próxima quarta-feira (6) uma eventual nova denúncia contra Temer.
“Depois que disseram que eu vou voltar, eu não vou voltar, não”, disse Temer neste sábado, após ser questionado sobre o assunto.
O presidente deixou o Brasil na manhã da última terça e, conforme o cronograma divulgado pelo porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, Temer embarcará de volta ao País na terça-feira (5).
A programação prevê a chegada de Temer ao Brasil na quarta, véspera do feriado de 7 de Setembro. O presidente participará do desfile na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Eventual denúncia
Mesmo sem Janot ter oferecido a nova denúncia, auxiliares do presidente no Palácio do Planalto já discutem como reagir. Na última segunda-feira (28), o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o governo vai “enfrentar” a acusação política e juridicamente.
“Se vier uma nova denúncia, por certo nós estaremos preparados para politicamente enfrentá-la, no que diz respeito ao campo político, e juridicamente enfrentá-la no campo jurídico”, declarou Padilha.
Nos bastidores, o discurso é o de que a acusação apresentará somente “ilações”, sem provas contundentes do envolvimento do presidente em algum delito, mesmo com o possível uso da delação do operador Lúcio Funaro na peça assinada por Janot.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) enviou na quinta-feira ao STF (Supremo Tribunal Federal) a versão revisada da delação, cujo conteúdo está sob sigilo.
Janot deve usar o conteúdo da delação de Funaro na denúncia contra Temer e, por isso, aguarda a homologação do acordo. O mandato de Janot à frente da PGR termina no próximo dia 17. Ele será substituído pela subprocuradora Raquel Dodge. (AG)