Em seu discurso na tarde dessa terça-feira, o presidente Michel Temer afirmou que não há provas concretas na denúncia por corrupção passiva apresentada contra ele ao STF (Supremo Tribunal Federal), no dia anterior, pelo titular da PGR (Procuradoria-Geral da República), Rodrigo Janot.
De acordo com o chefe do Executivo, o processo acusatório do qual é alvo é “frágil” e classificou o seu conteúdo de “peça de ficção”. Atirando para todos os lados, Temer se disse “vítima de infâmia”, acusou a PGR de “tentar paralisar o País” e questionou a competência de seus acusadores, que teriam “reinventado o Código Penal brasileiro, ao criarem a denúncia por ilação”.
“Criaram uma trama de novela. Eu digo, sem medo de errar, que a denúncia é uma ficção”, declarou. “Tentaram imputar a mim um ato criminoso e não conseguiram, porque não existe esse crime, jurídica ou politicamente.”
JBS/Friboi
O peemedebista lançou carga, ainda, sobre o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS/Friboi, que o entregou à Operação Lava-Jato em denúncia relativa a propinas milionárias. “Este senhor delator é um criminoso, um senhor grampeador, e a gravação de sua conversa comigo é uma prova ilícita”.
O pronunciamento foi feito no Salão Leste do Palácio do Planalto. O presidente chegou ao local acompanhado de aproximadamente 40 aliados, incluindo diversos ministros e parlamentares da base aliada, que se postaram de pé ao lado do presidente, em sinal de apoio.
“Eu tenho orgulho de ser presidente! Convenhamos, é uma coisa extraordinária!”, bradou. “Para mim, é algo tocante, não sei como Deus me colocou aqui, dando-me uma tarefa difícil, mas certamente para que eu pudesse cumpri-la. Eu tenho essa honra, especialmente, não por ser presidente, mas pelos avanços que o meu governo praticou. Não me falta coragem para seguir na reconstrução do País e na defesa da minha dignidade pessoal.”