Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de abril de 2018
Nessa terça-feira, o presidente Michel Temer evitou confirmar publicamente o nome do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, como substituto de Henrique Meirelles no comando da pasta. “Perguntem ao Meirelles”, respondeu o emedebista ao ser questionado por repórteres sobre quem assumiria o posto.
A fala de Temer ocorreu logo após ele deixar a sede do MDB, onde ocorreu a cerimônia em que o ministro assinou a sua ficha na legenda (a mesma do chefe do Palácio do Planalto). Antes, ele era vinculado ao PSD.
Meirelles confirmou que só permanecerá no cargo até a próxima sexta-feira, um dia antes da data-limite para filiação partidária e também o prazo final para que as siglas que pretendem disputar as eleições registrem os seus estatutos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e para que os candidatos obtenham domicílio eleitoral no território em que pretendem concorrer.
Na segunda-feira, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), negou que houvesse qualquer indefinição para no que se refere à escolha de um substituto para Meirelles. “Não há impasse”, declarou à imprensa. “O que existe são tratativas. E como o ministro Meirelles ainda não saiu, em tese ele está conversando e esgotando dentro da equipe os caminhos que pode propor e que o presidente Michel Temer vai ouvir com muita atenção.”
O ministro de Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), afirmou que Eduardo Guardia “tem grandes chances de vir a ser ministro da Fazenda, mas o presidente ainda não decidiu”. Na sua avaliação, o secretário-executivo “preenche todos os requisitos para ocupar essa função”, mas alertou que ainda não será anunciado antes do atual ocupante oficializar a sua saída do cargo. “Não vamos nomear outro ministro enquanto Henrique Meirelles estiver no ministério”.
Marun acredita que a posse da nova equipe econômica aconteça nesta quinta ou sexta-feira. “Ministro precisa ter trânsito político, mas isso não quer dizer que temos necessidade de colocar políticos à frente de ministérios”. Jucá também reforçou o discurso ao dizer que “cargo de ministro é político”.
Acordo
Segundo fontes de Brasília, a escolha de Eduardo Guardia para comandar o Ministério da Fazenda no lugar de Henrique Meirelles partiu de Michel Temer. Atual secretário-executivo da pasta, Guardia enfrentava resistências no Congresso Nacional por ser considerado um técnico sem jogo de cintura política.
A escolha do nome dele, no entanto, fez parte de um acordo entre Temer e Meirelles para que o ministro se filiasse ao MDB. Além disso, o chefe do Executivo também avaliou que manter a continuidade na equipe econômica é o melhor caminho para evitar turbulências no fim do governo, principalmente às vésperas da campanha eleitoral.
Projeções indicam um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) que pode superar as expectativas e chegar a 3,4%, além de arrecadação em alta, inflação baixa e juros em queda.