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Brasil Michel Temer quer conversar com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para organizar a saída do PSDB do governo. O presidente não quer esperar a convenção do partido

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Após alta do PIB no 3º trimestre, presidente afirma que falta reforma da Previdência para 'garantir a continuidade' do crescimento. (Foto: Alan Santos/PR)

Com a decisão já acertada no ninho tucano de que Geraldo Alckmin vai assumir a presidência do PSDB, o presidente da República Michel Temer quer conversar com o governador de São Paulo para organizar a saída dos tucanos do governo, em especial a do ministro Antonio Imbassahy, que cuida da articulação política do governo. O presidente aguarda uma sinalização de Alckmin e de seus interlocutores para que a conversa aconteça o mais rápido possível, em Brasília ou em São Paulo.

“Temer quer conversar com Alckmin para organizar a saída do PSDB do governo. O principal interessado no assunto nesse momento é o próprio partido, então eles é que têm que pedir a conversa. Assim que for procurado, Temer terá o maior prazer em sentar para conversar com o governador. A ideia é fazer a saída da forma mais organizada e cortês possível”, disse um interlocutor do presidente.

A ideia, de acordo com auxiliares de Temer, é que na conversa haja uma definição do melhor timing para que os ministros do PSDB deixem o governo.

“Não é novidade para o presidente”, dizem seus assessores, que Alckmin defende um desembarque rápido do governo. Com o acerto de que o governador de São Paulo vai comandar o partido, também “perde o sentido”, dizem pessoas próximas a Temer, a ideia inicialmente ventilada de esperar passar a convenção do PSDB, que ocorre no próximo dia 9 de dezembro, para dar início à reforma ministerial. Como não haverá mais conflito no ninho tucano sobre quem vai assumir a presidência da legenda, essas trocas vão ocorrer assim que Temer e Alckmin conversarem.

“Sem o conflito de quem será o presidente do PSDB, não tem mais sentido esperar a convenção do partido para tirar os ministros. Agora é combinar com o Alckmin”, afirmou um auxiliar de Temer.

O presidente, no entanto, quer evitar uma “descortesia” com Imbassahy, como ocorreu na semana passada, quando ministros palacianos e outros peemedebistas se anteciparam a Temer e anunciaram, antes da hora, a nomeação do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para o cargo de Imbassahy.

O movimento irritou o presidente, que repete sempre que gosta muito de Imbassahy e não quer que ele se sinta depreciado ou “saído” do governo.

Nesta terça, o senador Aécio Neves falou abertamente sobre a provável saída do governo. “O momento do PSDB deixar o governo federal chegou, mas sai pela porta da frente, de cabeça erguida”, disse o senador tucano.

Reforma da Previdência

Temer, no entanto, quer evitar que o episódio crie fissuras na relação entre o partido e o governo, que espera o apoio dos parlamentares tucanos na votação da reforma da Previdência.

A única indefinição é a saída do ministro Aloysio Nunes Ferreira, que pode ser mantido à frente das Relações Exteriores como nome da cota pessoal do presidente.

A pedido de Temer, Aécio Neves defendeu também nesta terça que o partido feche questão a favor da reforma.

O Palácio do Planalto calcula contar hoje com cerca de 250 votos favoráveis à reforma, número aquém dos 308 necessários para aprová-la.

Em encontro com governadores, na semana passada, Temer afirmou que só pretende colocá-la em votação quando tiver uma margem segura de apoio.
A ideia do presidente era votá-la em primeiro turno na Câmara em dezembro, mas até mesmo líderes da base aliada consideram difícil que isso ocorra neste ano.

Na semana passada, após apresentar o novo texto, o relator Arthur Maia (PPS-BA) disse acreditar que, caso a proposta fique para 2018, ela dificilmente será aprovada.

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