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Michelle Obama provoca Donald Trump dizendo que a Casa Branca pode ser um desses “empregos para negros”

A ex-primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama discursou na convenção do Partido Democrata para milhares de apoiadores. (Foto: Reprodução)

A ex-primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama discursou no fim da noite de terça-feira (20) na convenção do Partido Democrata para milhares de apoiadores da candidata à presidência Kamala Harris.

Michelle procurou contrastar as bandeiras de Kamala e as do candidato republicano Donald Trump. E rebateu declarações do adversário, dizendo que a estratégia dele é “repetir mentiras feias, misóginas e racistas como forma de substituir ideias e soluções de verdade que realmente melhorarão a vida das pessoas”.

Muito aplaudida ao subir ao palco do evento, que acontece na cidade de Chicago, Michelle afirmou que Kamala é uma das pessoas mais qualificadas e mais dignas para ocupar a Casa Branca e que a história dela é a história de muitos americanos que cresceram em uma família sem privilégios.

Mas disse que todos sabem que a campanha será marcada por tentativas de “distorcer a verdade”. Disse que ela e Obama foram alvo de ataques de Trump.

“Sua visão limitada e estreita do mundo fez com que ele se sentisse ameaçado pela existência de duas pessoas trabalhadoras, altamente educadas e bem-sucedidas que, por acaso, também eram negras”, disse ela, arrancando muitos aplausos.

E tomou uma expressão recentemente usada por Trump para falar da disputa dele com Kamala: “Quem vai lhe dizer que o emprego que ele está procurando atualmente pode ser um desses ‘empregos para negros’?”. Os milhares de presentes à convenção reagiram com mais aplausos e risos.

A frase foi uma provocação aos comentários de Trump na Associação Nacional de Jornalistas Negros, onde ele disse que os imigrantes estão tomando “empregos para negros”.

Assim como Barack Obama, no discurso que fez logo após o dela, Michelle também procurou incentivar eleitores a buscarem convencer outros eleitores a escolher Kamala.

Logo após o debate ocorrido em fins de junho entre o presidente e então pré-candidato à reeleição Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump, integrantes do partido Democrata passaram a falar em um plano B.

Biden teve um desempenho no debate muito abaixo do esperado, exibindo uma voz fraca e momentos de confusão mental. Rapidamente, começaram a circular nomes para substituí-lo como candidato.

O nome de Michelle entrou na bolsa de apostas. A seu favor, o fato de manter-se como uma figura muito popular nos EUA, que esteve na Casa Branca sob a presidência também muito popular de Barack Obama.

Em uma pesquisa feita pela Ipsos com eleitores, Michelle apareceu como a única com força suficiente para derrotar Trump.

Em uma hipotética disputa, mostrou a pesquisa, divulgada no início de julho, Michelle teria 50% dos votos e Trump, 39%.

A segunda mais bem posicionada nesse cenário era a vice-presidente Kamala Harris, que apareceu com 42% e Trump, 43%.

A ideia de outro nome que não o de Kamala se mostrou desnecessária quando Biden anunciou em fins de julho que não tentaria mais a reeleição e que apoiava sua vice como nova candidata.

O casal Obama manifestou seu apoio a Kamala em fins de julho.

Obama e Michelle são hoje empresários da indústria do entretenimento.

Em 2018, os dois fundaram a Higher Ground Productions, empresa por trás de filmes, séries e podcasts. Alguns deles estrelados por Obama ou por Michelle, outros por estrelas de Hollywood. Entre eles, “O Mundo depois de nós” (com Julia Roberts e Ethan Hawke), “Quanto Vale?” (com Michael Keaton) e “Rustin” (com Chris Rock). Muitos deles, com um elenco de atores e atrizes negros. Todas as produções fazem parte do cardápio da Netflix. As informações são do jornal Valor Econômico.

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