Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de maio de 2024
A microbiota é formada por um conjunto de micro-organismos que vivem em nosso corpo, como bactérias, fungos e vírus.
Foto: Sebastian Kaulitzki/Adobe StockDepois do lançamento do documentário Os Segredos da Alimentação (2024), da Netflix, apareceram inúmeras perguntas sobre a microbiota e como melhorar a alimentação para deixá-la mais saudável.
Microbiota é o conjunto de micro-organismos que habitam nosso corpo, principalmente pele, via respiratória e trato gastrointestinal, de modo simbiótico. Ela é composta por trilhões de diferentes tipos de bactérias, fungos e vírus, sendo a maior parte desse contingente está localizado na parte final do intestino, o cólon.
Quanto maior a população e a diversidade de micro-organismos, melhor. Isso porque cada tipo produz substâncias diferentes, que vão desde ácidos graxos de cadeia curta (fundamentais para a saúde) até vitaminas, analgésicos, antioxidantes, aminoácidos essenciais, entre outros elementos importantes para o organismo.
Como surge?
A partir do nascimento, sendo que os três primeiros anos de vida possuem um papel fundamental na sua formação. Já ouviu falar sobre os primeiros mil dias de vida? Neles, é importante garantir não apenas uma alimentação de qualidade, mas também diversos estímulos ao bebê, para que seu corpo seja povoado por diferentes micro-organismos.
Nossa microbiota é modulada o tempo todo, em maior ou menor proporção, de acordo com fatores como alimentação, uso de antibióticos e outros medicamentos, estilo de vida (atividade física e tabagismo) e idade.
Microbiota e saúde
Uma microbiota bem diversificada e abundante é fundamental para a saúde. O envelhecimento e as doenças crônicas – como diabetes tipo 2, obesidade, distúrbios autoimunes, entre outras – têm sido associadas a uma redução na diversidade de micro-organismos na microbiota.
Considerando que essas doenças são de natureza inflamatória e levando em conta o papel da microbiota nesse processo, a ciência ainda tenta responder: o que vem antes? Será que uma alteração na microbiota atuaria como facilitadora do desenvolvimento de doenças crônicas, ou o início da doença e sua inflamação é que alterariam a microbiota?
O que podemos afirmar é que o estilo de vida como um todo possui papel fundamental na manutenção dessa rede complexa de processos e regulação bidirecional.
A disbiose intestinal
Trata-se de um desequilíbrio na microbiota, que pode ser resultante de uma diminuição da diversidade e da abundância de micro-organismos ou até mesmo de uma alteração na característica desses seres vivos – neste último caso, com predominância das versões patogênicas. Isso porque nem todos os micro-organismos que habitam nosso corpo têm papel benéfico. Alguns deles, sobretudo quando aparecem em maior quantidade devido a um desequilíbrio da flora intestinal, podem aumentar processos inflamatórios, gerar distúrbios gastrintestinais, entre outros problemas.
Nesses casos, a barreira intestinal, fundamental na resposta imunológica corporal, fica comprometida, dando início a um processo inflamatório que pode resultar no desenvolvimento ou agravamento de doenças como obesidade, diabetes tipo 2, doenças inflamatórias intestinais e alterações neurológicas como ansiedade e depressão.