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Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2017
Pesquisadores brasileiros conseguiram pela primeira vez reproduzir em laboratório o modelo mais realista das malformações congênitas causadas pelo vírus da zika, como a microcefalia.
Eles também descobriram que ela está relacionada com a segunda e a quarta semana de gestação nos seres humanos. Antes, acreditava-se que o maior risco estava em outra fase da gravidez.
“Nós pensávamos que a exposição crítica seria um pouco mais tardia, por volta do início do segundo trimestre. Mas, os nossos estudos mostram que não. Na realidade, ela é muito precoce”, explica José Xavier Neto, pesquisador do LNBio (Laboratório Nacional de Biociências), que integra o CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), em Campinas (SP).
No entanto, o pesquisador Murilo Carvalho afirma que isso não significa que exista um período seguro de exposição. “Isso não quer dizer que nós estamos dizendo que existe uma janela segura de que as grávidas poderiam ser expor ao zika”, complementa.
Caminho
Ainda segundo os pesquisadores do LNBio, o estudo rastreou o caminho que o vírus da zika percorre no organismo dos seres humanos, com a ajuda do trabalho feito em camundongos saudáveis. Eles receberam a mesma quantidade de vírus que o Aedes aegypti pode transmitir ao picar o homem. Isso não havia sido feito ainda pelos cientistas.
Os pesquisadores destacam neste mapeamento a hidrocefalia, que consiste no acúmulo de líquido no cérebro e pode até matar as células do sistema nervoso, além de reduzir o tamanho do cérebro. A hidrocefalia, segundo pesquisas anteriores, precede a microcefalia.