O aquecimento global e o aumento de microplástico nos oceanos resultam, em primeiro lugar, da superpopulação mundial estimada em 8 bilhões. Esse aumento populacional impulsiona a destruição ecológica e aumenta o uso de plástico, contribuindo para mais microplástico nos oceanos e levantando questões sobre os limites de sustentabilidade do planeta. Por exemplo, já encontraram microplástico na placenta humana, nas fezes, e agora no cérebro de pessoas. Contudo, ainda não há um consenso sobre os potenciais riscos do microplástico para a saúde.
Microplásticos estão presentes em diversos aspectos da nossa vida cotidiana, incluindo o sal de mesa, água engarrafada e até na água das chuvas, desse modo, também afetam a vida marinha. Essas partículas, menores que 5 mm, podem parecer pequenas para nós, mas representam grandes ameaças para organismos menores, como o plâncton, afetando significativamente os ecossistemas marinhos.
Na matéria Com microplásticos, os cientistas estão em uma corrida contra o tempo, o Washington Post informa que ‘quando os pesquisadores encontraram microplásticos flutuando no ar em um telhado de uma universidade de Paris, se deram conta que os seres humanos não estavam apenas consumindo pequenas quantidades de microplásticos: eles também poderiam estar respirando-os.
Microplásticos foram encontrados em humanos, inclusive em órgãos vitais e na placenta. Recentemente, pesquisadores turcos descobriram microplásticos no cérebro humano, um achado significativo destacado no documentário Plastic People, dirigido por Ben Addelman e Ziya Tong, e apresentado em um festival de cinema em Austin, Texas. ‘A descoberta, sem dúvida, é a revelação mais significativa do novo documentário apresentado em um festival de cinema’ diz o New York Times.
Segundo o Times, ‘Plastic People chega a uma conclusão preocupante: os potenciais riscos para a saúde associados à poluição por plásticos estão se tornando difíceis de ignorar’.
Mas, ao mesmo tempo, os pesquisadores e médicos não sabem quais as consequências deste acúmulo no corpo humano. O Washington Post ouviu Phoebe Stapleton, professora de farmacologia e toxicologia da Universidade Rutgers.
“No momento, no entanto, os cientistas simplesmente não sabem as consequências– e eles estão em uma corrida contra o tempo. E como centenas de milhões de toneladas de plásticos entram no meio ambiente todos os anos, é uma corrida que eles podem estar perdendo.”
“Eu odeio dizer isso, mas ainda estamos no início”, disse Phoebe Stapleton, professora de farmacologia e toxicologia da Universidade Rutgers.
Segundo o New York Times, ‘cerca de 20 anos atrás, Richard Thompson, um biólogo marinho, descobriu pela primeira vez um acúmulo preocupante de pequenas partículas de plástico nos habitats do oceano e cunhou a palavra “microplásticos”. Desde então, os cientistas têm encontrado esses fragmentos em todos os lugares, desde os mais remotos, até cidades, ou ainda no Ártico e no fundo do mar’.
Agora, pesquisadores encontram plástico no cérebro das pessoas. Algumas das partículas, informa o jornal, foram encontradas no interior do tecido de tumores cerebrais cancerosos.
“A revelação de que o corpo humano está cheio de microplásticos é recente e acho que as implicações se tornarão uma das histórias de saúde e ambientais mais dominantes do nosso tempo”, disse Rick Smith, presidente do Instituto Canadense do Clima e um dos produtores executivos do filme. “Não importa se você é rico ou pobre, não há como se proteger desse tipo de nova poluição.”
“A evidência científica dos efeitos dos microplásticos em humanos é limitada, pelo menos na literatura revisada por pares. Um estudo publicado na revista Environmental Science & Technology em 2022 descobriu que os pacientes com doença inflamatória intestinal tinham uma quantidade significativamente maior de microplásticos em suas fezes do que aqueles sem a doença. Um pequeno estudo da Universidade do Havaí publicado em novembro do ano passado catalogou a crescente presença de microplásticos nas placentas de novas mães.” As informações são do site Mar Sem Fim.