Por Redação O Sul | 22 de março de 2024
Um grupo de mais de 100 migrantes ilegais tentou entrar à força nos Estados Unidos na tarde de quinta-feira (21), derrubando uma barreira de grade e arame farpado e agentes da Guarda Nacional do Texas que lutavam para mantê-la, em uma área conhecida como Portão 36.
Nos últimos dias chegaram à região fronteiriça de El Paso cerca de 600 pessoas que tentavam ter acesso ao território dos EUA, de acordo com reportagem do “NY Post”, que estava no local. A situação começou a ficar tensa após uma triagem americana separar mulher e crianças de homens.
Um grupo de homens – muitos deles com capuz, máscara, luvas e casacos – pôde ser visto puxando a cerca de contenção, enquanto um grupo de cinco guardas formava uma posição defensiva para preencher a lacuna. Os guardas se mantiveram firmes diante dos migrantes, que os superavam em número. A cena foi se tornando cada vez mais barulhenta e caótica.
Em vídeo registrando a cena, alguns homens levantam as mãos em sinal de rendição, mas, segundos depois, outros migrantes conseguem passar, tirando os guardas do caminho.
O grupo então correu até o portão da fronteira, muito mais seguro, e começou a gritar com os guardas do outro lado.
“Temos mulheres e crianças, estamos com fome!”, disse um deles, de acordo com relato do “Post”. “Volte, porra!”, rebateu um guarda.
Uma fonte disse ao jornal de Nova York que a situação foi controlada e a maior parte dos migrantes foi levada de volta ao México. Acredita-se que eles tenham diferentes nacionalidades. Outros foram presos.
No caminho dos migrantes ilegais está El Paso, a sexta cidade mais populosa do Texas, com 630 mil moradores. Porém o destino final deles deveria ser a Flórida ou a região da Nova Inglaterra, no nordeste do país.
Mexicano abandonado
Em outra frente, um jovem mexicano que foi abandonado pelo seu coiote (especialista na travessia entre México e EUA) foi encontrado chorando por policiais do Texas em uma área remota no sul do estado onde agentes frequentemente recuperam corpos de migrantes que não conseguiram sobreviver na perigosa e ilegal jornada pelo terreno acidentado. O registro foi feito nesta semana pela repórter Elizabeth Vargas, do site “News Nation”.
“Quero ir para casa, quero a minha mãe”, disse, aos prantos, Hector, de 18 anos, paradoxalmente aliviado por ter sido encontrado na travessia ilegal.
Hector disse que o grupo de 10 pessoas com o qual ele viajava pelas montanhas o deixou depois que ele não conseguiu acompanhá-los.
Ele estava vagando sozinho por dois dias e encontrou abrigo no trailer vazio de um fazendeiro, até ser localizado por agentes que patrulham a região depois de fazer um vídeo e erguer uma bandeira improvisada para chamar a atenção da polícia. Após ser localizado, Hector recebeu atendimento médico. Em seguida, o jovem foi preso pela imigração ilegal e deportado ao México.
Policiais recuperaram 37 corpos de pessoas que não tiveram a mesma sorte de Hector apenas nos últimos três anos, de acordo com o xerife Thaddeus Cleveland, que foi resgatar Hector. Antes disso, o número girava em torno de um cadáver achado por ano na região.
Há mais de 4 milhões de mexicanos vivendo ilegalmente nos EUA, segundo estimativa oficial do governo americano. Brasileiros somam cerca de 200 mil. As informações são do jornal Extra.
