Quarta-feira, 12 de março de 2025
Por Redação O Sul | 29 de junho de 2022
Migrantes encontrados mortos dentro de um caminhão no Estado americano do Texas na segunda-feira tinham tempero de carne espalhado pelo corpo, numa tentativa de disfarçar o próprio cheiro. A informação foi confirmada por agentes de segurança ao jornal Texas Tribune. Conforme as autoridades, a suspeita é de que os traficantes responsáveis pelo transporte do grupo haviam imaginado que, como a unidade não tinha refrigeração e o Sul dos EUA registrava forte calor, eles poderiam exalar um odor que seria facilmente detectável em alguma patrulha na fronteira.
O caminhão abandonado numa estrada próxima da cidade de San Antonio foi encontrado com uma porta parcialmente aberta pelos policiais e um corpo estava fora do veículo. O chefe dos bombeiros da cidade, Charles Hood, disse que muitos sobreviventes estavam fracos demais para sair do local por conta própria.
O número de imigrantes mortos após terem sido expostos a altas temperaturas dentro do caminhão subiu para 53 nesta quarta-feira (29), de acordo com fontes oficiais. O escritório forense do condado de Bexar, que abrange a cidade de San Francisco, confirmou a elevação no balanço do número de vítimas e disse que 40 dos mortos são homens.
Outras 11 pessoas seguiam hospitalizadas na região, acrescentaram, sem detalhar seu estado de saúde. O saldo anterior dava conta de 51 mortos, 39 homens e 12 mulheres.
Três homens envolvidos na tragédia foram presos por autoridades dos Estados Unidos. O motorista foi identificado como Homero Zamorano, de 45 anos, que tentou se passar como um dos sobreviventes, segundo Garduño.
O veículo usava a placa de uma empresa americana de Alamo, Texas, que negou que fosse de sua propriedade. A suspeita é de que a identificação tenha sido clonada e que o caminhão foi pintado para parecer com os da companhia.
O INM, a Procuradoria-Geral e a Chancelaria mexicana estabeleceram uma “mesa de coordenação” para colaborar com as autoridades americanas na investigação. Nos EUA, o Serviço de Imigração e Alfândega (Ice) disse que sua divisão de Investigações de Segurança Interna assumiu o caso.
Depois desta tragédia, México, Estados Unidos, Guatemala e Honduras chegaram a um acordo nesta quarta-feira para “trabalhar de maneira conjunta” e apoiar os feridos e as famílias das vítimas, assim como para cooperar na investigação “para levar os responsáveis à Justiça” e para “estabelecer um Grupo de Ação Imediata para trocar informação e trabalhar de maneira coordenada para desmantelar as redes de traficantes de pessoas”.
O presidente de Estados Unidos, Joe Biden, pediu na terça-feira o fortalecimento da luta contra “uma indústria criminosa que gera bilhões de dólares”, em alusão ao tráfico de migrantes. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.