Simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestaram nesta sexta-feira (6), em frente à embaixada do Brasil em Buenos Aires (Argentina) para protestar contra a ordem de detenção ditada pelo juiz Sérgio Moro. Lula, no entanto, se entregou à Polícia Federal no início da noite deste sábado (7).
Em paralelo à tensão no Brasil pelo fim do prazo que Moro tinha dado ao ex-presidente para entregar-se às autoridades, setores da oposição como o kirchnerismo, com o ex-chanceler Jorge Taiana entre eles, a esquerda e o sindicalismo tornaram pública sua rejeição às medidas judiciais que pesam sobre Lula.
Além disso, o bloco de deputados da legenda kirchnerista Frente para a Vitória registrou uma solicitação para que o Congresso argentino vote seu “categórico repúdio” ao que consideram uma “tentativa de proscrição” da candidatura presidencial de Lula, segundo informou a agência estatal “Télam”.
Os parlamentares kirchneristas também anunciaram que pedirão ao ministro de Relações Exteriores argentino, Jorge Faurie, que convoque “de maneira urgente” o Conselho de Chefes de Estado e de Governo da Unasul para “analisar a situação de tensão institucional e comoção social que vive o Brasil perante a possibilidade de encarceramento do ex-presidente”.
Maradona
Diego Maradona opinou sobre o noticiário do Brasil. O argentino manifestou apoio ao petista, tratou o presidente Michel Temer como “traidor” e disse que a movimentação política na América Latina é um “joguinho” de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
“É uma loucura. O povo brasileiro não pode apoiar que uma pessoa honesta como Lula da Silva seja visto como corrupto número 1, enquanto o traidor Michel Temer foi acusado e poupado”, afirmou o ex-jogador ao jornal Clarín, da Argentina.
Não é novidade que o campeão do mundo de 1986 é um dos apoiadores de Lula no cenário internacional. Em janeiro deste ano, Maradona já havia publicado uma foto com a camisa da seleção brasileira, o nome do ex-presidente e o número 18, referência à campanha que Lula fazia para disputar as próximas eleições.
“Agora esse é o joguinho de Donald Trump. Parece que aqui estamos vivendo momentos perigosos. Querem enganar Cuba e Venezuela, a Argentina já foi enganada, Paraguai também… Só faltava o Brasil”, lamentou Diego, que também manifestou apoio ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.