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Por Redação O Sul | 19 de junho de 2020
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) afirma que o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, o Capitão Adriano (morto pela polícia da Bahia em fevereiro), transferiu mais de 400 mil reais para as contas do policial militar aposentado Fabrício Queiroz.
Preso na quinta-feira (18), Queiroz é apontado pelos investigadores como o operador financeiro de uma organização criminosa que funcionava no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Adriano e Queiroz se conheceram no início dos anos 2000, quando atuaram juntos na Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ex-policial do Bope, Adriano era acusado de integrar uma das principais milícias da cidade do Rio.
Os promotores chegaram ao valor de 400 mil reais utilizando como base as transferências identificadas por instituições financeiras e a correspondência de valores somadas aos depósitos em espécie feitos pela ex-esposa e também pela mãe de Nóbrega – respectivamente Danielle Mendonça da Costa e Raimunda Veras Magalhães.
Ambas foram lotadas no gabinete de Flávio Bolsonaro quando este exercia mandato de deputado estadual na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
No entanto, de acordo com a investigação, as duas eram funcionárias fantasmas. Um mapa de geolocalização mostra, por meio do telefone celular, que Raimunda não esteve sequer perto da Alerj.
Restaurantes e depósitos
Segundo o MP-RJ, os dados bancários de Queiroz apontam que ele recebeu do Restaurante Pizzaria Cap LTDA47, administrado por Raimunda, e o Restaurante Pizzaria Tatyara48, administrado por Adriano, R$ 69.250,00 por meio de cheques e transferências bancárias.
Além disso, de acordo com um relatório do Comitê de Acompanhamento Financeiro (Coaf), do Banco Central, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, a conta de Queiroz recebeu 17 depósitos em dinheiro, totalizando R$ 91.796,00.
A operação era feita em uma agência bancária localizada na mesma rua onde funcionavam os restaurantes dos restaurantes administrados por Raimunda e Adriano.
Queiroz foi preso em Atibaia, interior de São Paulo, em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro.
Apontado como o chefe do Escritório do Crime, grupo de assassinos baseados na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o Capitão Adriano morreu em um confronto com policiais militares no dia 9 de fevereiro deste ano, na Zona Rural da cidade de Esplanada, na Bahia.
O mandado de prisão preventiva de Queiroz – sem prazo para acabar – foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro, em um desdobramento da investigação que apura esquema de “rachadinha” na Alerj.
Segundo a investigação, funcionários de Flávio, então deputado estadual, devolviam parte do salário e o dinheiro era lavado por meio de uma loja de chocolate e por meio do investimento em imóveis. As informações são do portal de notícias G1.