O advogado da família de Kauan Jesus da Cunha Duarte, de 19 anos, baleado e morto por um colega dentro do Ministério da Defesa, em Brasília, afirmou nesta segunda-feira (21) que o autor do disparo, Felipe de Carvalho Sales, também de 19 anos, passou por audiência de custódia e que permanecerá preso.
Kauan morreu após ser atingido por um tiro na cabeça, na manhã de sábado (19). Ele estava no alojamento da guarda, que fica em um prédio anexo ao ministério.
Os celulares de Felipe e de Kauan foram apreendidos. O objetivo é descobrir se havia algum problema anterior entre os dois.
De acordo com o advogado Walisson dos Reis, o acusado afirmou a outros militares que “tudo não passou de uma brincadeira”.
Segundo relatório do auto de prisão em flagrante, colegas informaram que “era comum” Felipe apontar a arma para a cabeça de outros soldados.
O crime foi registrado na Polícia Civil como homicídio, mas será investigado e tratado pela Justiça Militar. Em nota, o Ministério da Defesa lamentou o “incidente ocorrido” e disse que “acompanha a apuração e a investigação dos fatos”.
Parentes de Kauan e o advogado Walisson dos Reis estiveram na Base Aérea de Brasília durante a manhã desta segunda para uma conversa com militares. Durante o encontro, eles foram informados de que, antes de disparar a arma, Felipe furtou uma munição de Kauan.
“Por esse motivo, além de homicídio, o jovem também será indiciado pelo furto, considerado crime militar”, disse o advogado.
Segundo o pai da vítima, Eilson Ferreira, a Força Aérea Brasileira disse que está disposta a dar todo o suporte necessário à família. “O sonho do meu filho era estar na FAB”, contou.
“Quando ele me disse que queria ir para o Exército, lutei por ele com todas as minhas forças”, lembrou o pai.
Nas redes sociais, Kauan compartilhava sua vida como soldado e registros do relacionamento com a namorada, uma aluna do colégio militar. Em uma foto fardado compartilhou a declaração “Te amo até o último batimento do meu coração”.
Formado em julho na academia militar da Aeronáutica, Kauan pertencia ao 1°22 — Esquadrão Hefesto. Em uma homenagem prestada nas redes sociais, amigos escreveram mensagens de condolências. “Guerreiro desenrolado, fazia um trabalho excepcional na seção dele. Deus o receba”, escreveu um colega. “Um dos meus amigos do condomínio, jogava bola com ele, uma ótima pessoa”, descreveu outro.
A namorada compartilhou uma mensagem com desejo de que a notícia fosse mentira. “Por favor, Deus. Trás ele de volta pra casa,” escreveu Roberta nas redes sociais.