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Política Militares brasileiros planejam lançar foguetes de Elon Musk no Maranhão

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O presidente assinou projeto em trâmite no Congresso que prevê a criação da Alada. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de outubro, o projeto de lei que cria a Alada, uma empresa pública aeroespacial, faz parte do plano de militares da Aeronáutica de transformar a base de Alcântara, no Maranhão, em um polo de lançamento de foguetes. O plano da FAB mira um cliente em especial: a Space X, do bilionário sul-africano Elon Musk.

Um relatório elaborado por um grupo interministerial com participação de oficiais da Força defende que a estatal tenha primazia na exploração comercial das atividades privadas no local e faz menção à companhia estrangeira. Procurada, a Força Aérea Brasileira (FAB) não se manifestou até a publicação da reportagem.

O estudo de mercado anexado ao documento, em que foram mapeadas as principais participantes do setor, trata a empresa de Musk como uma das mais inovadoras, elogia sua capacidade de reutilizar foguetes já lançados e destaca a sua rede de satélites, a Starlink, considerada a maior do mundo.

“A Space X domina a reutilização e executa os lançamentos da Starlink em custo marginal, com a recuperação e reutilização do Falcon 9 se tornando um novo padrão, o primeiro lançador totalmente reutilizável, abrindo o caminho para lançamento a custo marginal”, diz. Outras empresas também são citadas, como a Virgin Galactic e a Blue Origin.

As Forças Armadas já mantêm parcerias com Musk. Em agosto, o Comando Militar da Amazônia (CMA), que atende aos Estados do Amazonas, Rondônia, Roraima e Acre e atua na proteção das fronteiras, contratou o serviço de internet da Starlink para unidades militares daquela região. Em setembro, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação sobre um suposto favorecimento na licitação, de R$ 5 milhões. De acordo com a denúncia, a empresa era a única capaz de atender às exigências do edital.

O Exército disponibilizou ainda 100 pontos de internet da rede de satélites para comunidades localizadas no Rio Grande do Sul durante as enchentes que mataram mais de 170 pessoas no Estado.

Ao justificar a importância do projeto de criação da Alada, os militares citam as necessidades de comunicação via satélite do governo, o fornecimento de internet banda larga e o apoio a missões militares, demandas já atendidas pela Starlink no País.

Lula tem um histórico de críticas a Musk, devido a disputas do empresário com o Supremo tribunal Federal (STF) relacionadas ao X, rede social da qual é dono. “De repente você tem um cidadão que se transformou no mais rico do mundo que ousa desafiar as constituições dos países que não concordam com ele. Aonde nós vamos parar? Aonde a democracia vai se sustentar?”, disse ele em evento realizado em setembro na Assembleia Geral da ONU.

Na época, a plataforma estava bloqueada no Brasil após descumprir determinações da Corte. O petista já havia feito críticas anteriores em que o acusou de desrespeitar as leis brasileiras. “Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira. Nossa soberania não está à venda”, disse em pronunciamento público de rádio e TV.

Se for formalmente criada – o que ainda depende de aprovação do Congresso –, a Alada será dependente de recursos do Tesouro e subsidiária da Nav Brasil, vinculada ao Ministério da Defesa e presidida pelo Major-Brigadeiro do Ar José Pompeu dos Magalhães Brasil Filho.

De acordo com o relatório, a nova estatal poderia abrir subsidiárias no exterior e formar sociedade com outras empresas públicas. A implantação do plano de negócios faria com que a Alada deixasse de consumir verbas da União “em curto espaço de tempo”, diz o documento.

Os militares acreditam que a proximidade de Alcântara da linha do Equador garante uma vantagem competitiva em comparação com outros centros de lançamentos do mundo, pois o consumo de combustível é menor. Isso se deve à proximidade do local em relação ao espaço, o que reduz o percurso e a força da propulsão necessária.

Batizado de GT20, o grupo de trabalho que elaborou o projeto de lançamentos de foguetes a partir de Alcântara foi criado pelo Gabinete de Segurança Institucional em dezembro do ano passado e teve participação ainda do Comando da Aeronáutica, da Agência Espacial Brasileira, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e de quatro ministérios: Defesa, Comunicações, Ciência e Tecnologia e Indústria e Comércio. Dos oito integrantes titulares, metade são militares da Força Aérea Brasileira (FAB).

Entre eles, estão o secretário de Coordenação e Assuntos Aeroespaciais do GSI, o brigadeiro do ar Marco Aurélio Valença, o coronel aviador Erivando Pereira Souza, que representou o Comando da Aeronáutica, e o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Defesa, Major-Brigadeiro Luciano Rechiuti.

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https://www.osul.com.br/militares-brasileiros-planejam-lancar-foguetes-de-elon-musk-no-maranhao/ Militares brasileiros planejam lançar foguetes de Elon Musk no Maranhão 2024-10-17
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